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Opinião

Comunicação na nova economia digital

Passar pela educação e pela transparência é essencial para a construção de marcas


14 de outubro de 2022 - 16h00

Crédito: Shutterstock

É indiscutível que estamos vivendo uma era digital em extrema crescente. De poucos anos para cá, novas tecnologias tomaram conta das conversas, da imprensa e da cabeça de muita gente. Da minha inclusive, que sempre fui adepto às novas tecnologias.

Compreender a blockchain, as criptomoedas, as NFTs, a economia digital como um todo, requer estudo, pesquisa e uma pitada de curiosidade. Hoje o Brasil é o segundo maior mercado de NFTs do mundo, com 5 milhões de proprietários de tokens não fungíveis, estando apenas atrás da Tailândia. Esse levantamento vem da pesquisa Statista Digital Economy Compass 2022, que coloca os EUA, a China, o Canadá e a Alemanha, em sequência, logo atrás de nós.

A tokenização, o processo de transformar ativos do mundo real em ativos digitais por meio da blockchain, vem demonstrando a sua importância por ter mais segurança e tranquilidade nas operações. Dessa forma, segmentos como o imobiliário, agronegócio, social, artes e tantos outros estão cada vez mais se envolvendo com as novas tecnologias, pensando em ter um modelo transacional mais transparente e ágil. Além disso, a chamada Web3 passou a movimentar grandes fintechs, bancos tradicionais e empresas para se envolver com a blockchain e as criptomoedas. Esse grande interesse fez com que o Banco Central passasse a discutir a regulamentação do setor para garantir o lastro das operações.

E, muito embora a pesquisa C6 Bank/Inpec mostre que 80% dos brasileiros das classes A, B e C com acesso à internet saibam o que são as criptomoedas, converter a massa a fazer parte dela não é tarefa fácil. Há quem se interesse pelo novo, mas há muita desconfiança. Nos noticiários, vemos a volatilidade desse mercado, suas enormes altas e quedas em um período bastante curto. É preciso atenção e profissionais experientes para estar na linha de frente dessa comunicação.

Para as marcas nascidas da economia digital e para aquelas que querem fazer parte dela, é preciso transparência e educação para impactar o público e ser relevante quando o assunto são criptomoedas e tudo o que gira em torno desse universo. Certamente, assim como tantas outras tecnologias que apareceram ao longo do tempo, há mais perguntas do que respostas, e assim seguiremos por mais um período: estudando, aprendendo, desmistificando e tornando o acesso mais democrático.

E, mais do que isso, o próprio mercado de comunicação ainda vem amadurecendo. Há menos de dois anos, pude acompanhar de perto a movimentação de grandes veículos de comunicação brasileiros e internacionais que possuíam restrições de compra de mídia com players desse segmento por ser algo novo. Foi preciso muito diálogo para desconstruir uma cultura e abrir espaço para uma categoria inteira.

O grande desafio que vejo, como líder de uma agência que se envolve há bastante tempo com o universo da economia digital, é primeiramente: fazer parte dela. Possuir um time especialista no assunto que, por meio de diferentes formatos de comunicação (filmes publicitários, branded content, product placement, conteúdos nas redes sociais e tantos outros), seja capaz de clarear a área cinzenta do mercado de criptomoedas, ensinando, envolvendo os diferentes públicos, sejam eles aprendizes, adeptos e aqueles que ainda não possuem familiaridade.

Porque, embora o Brasil esteja no 5º lugar do ranking entre os países que mais investem em criptomoedas, mais de 10 milhões de brasileiros, segundo o estudo da Binance e TripleA, o número comparado à nossa população total ainda é muito pequeno (cerca de 5%), e a comunicação desse mercado é essencial para ajudá-lo a ser cada vez mais democratizado, regulamentado e acessível a todos.

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