Conexão humana
Nova força de trabalho da indústria, geração Z demanda feedback e treinamento, é questionadora, pragmática, inclusiva e atenta ao equilíbrio de vida pessoal e profissional
Nova força de trabalho da indústria, geração Z demanda feedback e treinamento, é questionadora, pragmática, inclusiva e atenta ao equilíbrio de vida pessoal e profissional
Em boa parte das famílias, os conflitos de gerações são resolvidos na intuição e no bom senso — ou falta dele. Mas, e no mundo corporativo? Como as empresas dirigidas por executivos da geração X ou Baby Boomers estão recebendo os jovens “Gen Zs”?
Este ano de 2019 será emblemático, entre outros fatores, pela transformação da geração Z, os nascidos de 1995 a 2010, no maior grupo populacional do planeta. No ano que vem, essa primeira geração totalmente nativa digital já ocupará mais de 20% dos postos de trabalho. Chamada por vezes de “geração touch”, é habituada a lidar simultaneamente com várias telas e estabelece trocas rápidas e constantes — vem daí o Z, de zapear.
Com mente empreendedora, alta demanda por feedback e treinamento, questionadora, pragmática, inclusiva e disposta a conciliar, com equilíbrio, vida pessoal e profissional, a geração Z chega ao ambiente empresarial demandando mudanças nos processos de seleção e retenção de profissionais de diversas indústrias, especialmente em segmentos como os de comunicação, marketing e mídia, nos quais a atratividade para jovens talentos foi maior no passado.
Com o objetivo de detectar os valores, as percepções sobre o mercado atual e as expectativas da geração Z em relação ao desenvolvimento destes setores, publicamos nesta edição as principais conclusões da inédita pesquisa Líderes do Futuro, que entrevistou universitários, estagiários e assistentes de publicidade.
Em seu planejamento, execução e produção de conteúdo, o projeto mobilizou dezenas de profissionais no último quadrimestre de 2018. Foram ouvidos 201 estudantes de publicidade e propaganda de 15 universidades, estagiários com até um ano de atuação no mercado e jovens formados há até três anos que trabalham como assistentes em agências da Grande São Paulo.
O estudo foi estruturado em três fases: levantamento quantitativo online, grupos de discussões presenciais e entrevistas pessoais em faculdades. Os jovens foram convidados a participar de dinâmicas criativas que buscaram diferenciar o chefe tradicional do líder do futuro, construir os conceitos de atuação das agências que gostariam de empreender e imaginar como deverá ser o mercado em 2040 — quando muitos deles estarão no comando.
Idealizada pela sócia e CSO da AlmapBBDO — e integrante do nosso time de colunistas —, Cíntia Gonçalves, que coordenou a coleta de dados, processamento e interpretação dos resultados ao lado do consultor Diego Selistre, a pesquisa foi encampada por Meio & Mensagem e viabilizada com a participação de colaboradores da empresa e parceiros externos, articulados pela gerente de marketing Ana Paula Soler.
As jornalistas Isabella Lessa, Karina Balan Julio e Roseani Rocha se dedicaram às reportagens que ocupam 15 páginas desta edição, desenvolvidas em conjunto com as equipes de arte e fotografia. Complementando este especial, está publicada nas nossas plataformas digitais uma série de seis vídeos produzidos pela Play It Again Som&Imagem.
Desde o início, o projeto Líderes do Futuro se mostrou uma ótima maneira de começar um novo ano, ocupando o tradicional espaço de perspectivas desta primeira edição de 2019. Isto porque a necessidade da indústria da comunicação de lidar com dados e tecnologia deve acelerar a incorporação ao mercado da geração Z — que chega digitalizada, mas valorizando as conexões humanas.
A pesquisa e o conteúdo que a apresenta foram norteadas pelo objetivo de gerar insights de movimentos que precisam começar agora para a construção do mercado do futuro, pois os jovens Zs serão os principais agentes das mudanças que surgem no horizonte, como consumidores e como indutores de uma liderança empresarial ainda mais consciente, humana e plural, que acentuará a exigência por ambientes colaborativos e democráticos.
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