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Opinião

Da firma ao seu próprio negócio

Empreender requer planejamento, resiliência e coragem para encarar um ambiente competitivo e incerto


25 de fevereiro de 2025 - 6h00

Sair de um emprego para abrir o próprio negócio é como se lançar em um novo roteiro, cheio de expectativas e reviravoltas. No começo, parece que tudo é liberdade: você faz seu horário, decide prioridades. Mas logo vem a realidade — que exige muito mais do que boas ideias. Empreender é um exercício de planejamento, resiliência e, principalmente, de coragem para encarar um ambiente competitivo e incerto.

Empreender não é “se empregar”. No nosso setor — agências de propaganda, produtoras de audiovisual ou eventos e startups criativas —, abrir o próprio negócio é criar algo maior, com visão estratégica e propósito. E isso só funciona se o empreendedor estiver 100% comprometido.

Se você encara empreender como um plano B, já começou errado. Plano B é a solução que você pensa “Se nada mais der certo, tento isso”. Mas, no mundo dos negócios, se seu plano B não for tratado como plano A, nunca vai decolar. Empreender exige foco total, energia e disposição para fazer acontecer, porque você irá competir com gente que tem isso como prioridade.

Outro ponto fundamental é entender que buscar clientes é muito diferente de buscar emprego, embora exija a mesma dedicação. Quando você procura um emprego, o foco está no seu currículo: onde trabalhou, o que estudou, projetos que realizou. Já na busca por clientes, o que conta não é apenas o que você fez, mas como pode resolver, por meio de sua experiência, os problemas deles agora.
Na economia criativa, histórias são tudo. É preciso mostrar, com base em um portfólio bem construído, como usou sua criatividade para gerar impacto. E isso vai além de números ou prêmios — são os bastidores, os desafios superados, a solução que ninguém esperava. Os clientes querem se conectar com histórias reais e, mais ainda, querem saber que podem confiar em você para criar a próxima história e seguir nessa jornada.

Nosso mercado é muito competitivo. Todo mundo quer ser diferente, inovador, disruptivo. Para sobreviver e crescer, é preciso mais do que talento. É essencial encontrar o seu diferencial e comunicar isso de forma clara e consistente, onde autenticidade e propósito são fundamentais. Quem sabe por que faz o que faz sempre terá mais força para se destacar.

Na economia criativa, inspiração é importante, mas planejamento é indispensável. Antes de dar o primeiro passo, é necessário investir tempo para entender o mercado, definir uma proposta de valor e construir um plano financeiro flexível, mas consistente. Saber onde quer chegar, e quais caminhos percorrer, é o que separa quem cresce de quem desiste na primeira dificuldade.

Empreender é como trabalhar num set de filmagem: tem dias que tudo dá certo, e outros em que é necessário improvisar para salvar a cena. Resiliência é o que mantém você no jogo. É aceitar que o mercado é imprevisível, que nem sempre os resultados vêm na velocidade que esperamos, mas que cada desafio é uma oportunidade de aprendizado e de crescimento.

Importante compreender também que, no ambiente criativo, ninguém faz nada sozinho. Redes de apoio — coletivos, parcerias com outras empresas ou grupos de networking — são fundamentais. É nesses espaços que encontramos ideias, apoio emocional e, muitas vezes, as soluções para desafios que parecem difíceis de superar.

Empreender não é um plano B, é um compromisso de vida. Compromisso com você, com sua família, amigos, com seus parceiros e clientes. É como dirigir um filme: você tem uma ideia, precisa de uma equipe para transformá-la em realidade e sabe que, no final, é o impacto na audiência que importa. Se você acredita na sua história e se compromete 100% com ela, não há competição que lhe tire do roteiro. Nestes anos de experiência e aprendizado trabalhando com empreendedores e empresas de todos os portes, entendi que o segredo é fazer do plano A o único que vale a pena seguir.

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