De espadas às ideias
O que a Dinamarca pode nos ensinar sobre inovação?
O que a Dinamarca pode nos ensinar sobre inovação?
“De espadas às ideias”. Essa foi uma das frases mais interessantes que eu ouvi de Jacob Bundsgaard, prefeito da cidade de Aarhus, na Dinamarca. Estive no país em abril de 2022, participando de um programa desenvolvido pela Saint Paul Escola de Negócios e KAOSPILOT, com o objetivo de expandir meus conhecimentos como Conselheira.
Durante a aula, na qual Jacob palestrou, ele explicou como um país de um passado Viking, com um histórico de tanta violência, se transformou em um dos países com o maior número de pessoas felizes.
Trazendo um breve contexto, a Dinamarca é muito conhecida pelas suas altas posições em rankings de felicidade. De acordo com o World Happiness Report de 2022, reporte oficial publicado pela ONU, o país escandinavo ocupa o segundo lugar, atrás somente da Finlândia. O relatório leva em conta expectativa de vida saudável, PIB per capita, apoio social em tempos de dificuldade, baixa corrupção e alta confiança social, generosidade – o quanto as pessoas cuidam umas das outras – e liberdade para tomar decisões importantes na vida.
Além de me aprofundar nos conceitos sobre governança durante o curso, a imersão cultural trouxe, também, grandes aprendizados e reflexões. Vivenciando a cultura por alguns dias, me questionei como poderíamos aplicar ensinamentos da civilização dinamarquesa ao nosso dia a dia aqui no Brasil. Mesmo partindo de realidades e contextos distintos, há muito para nos inspirarmos e melhorarmos nossos resultados. Por isso, compartilho com vocês alguns dos insights que tive durante minha estadia no país.
A Dinamarca tem um conceito muito vivo de comunidade. As pessoas estão, frequentemente, pensando e trabalhando em favor do coletivo. A cultura de parlamento defende que você ouça o outro e, mais do que isso, faça com que as ideias dos outros aconteçam.
Antes de chegar até a execução, os dinamarqueses ouvem, entendem e criam conexões. Se aproximam para entender as particularidades, para só depois criar. Do ponto de vista de marcas, isso é extremamente necessário. Criar essas conexões é aproximar e aprender a ler o consumidor em profundidade, para depois lançar um produto ou serviço.
Espere até o último minuto para tomar sua decisão. No Brasil, temos um senso de urgência muito grande sobre tomadas de decisão e, por vezes, as fazemos sem ter tempo de avaliar todas as possibilidades. Para os dinamarqueses, o ideal é ter o maior número de informações necessárias que te ajudem a fazer a melhor escolha. Por isso, a decisão feita na última hora é sempre a mais sábia.
O conceito de confiança dos escandinavos é bem diferente do nosso. Para eles, a confiança não é algo que se conquista, mas algo que se dá naturalmente. A cultura de comunidades faz com que eles se preocupem com o seu próximo tanto quanto se preocupam consigo mesmos.
Com todos esses conceitos em mente, eu deixei a Dinamarca com um sentimento de comunhão muito forte, me questionando como poderia trazer para o meu dia a dia como líder essas práticas que colocam as pessoas no centro das relações de trabalho. A comunidade dinamarquesa me ajudou a concluir que a qualidade de vida social, financeira e psicológica tem impacto direto na felicidade dos indivíduos, ao mesmo tempo que incentiva o olhar para o coletivo e impulsiona os crescentes resultados positivos do país, um ecossistema que funciona fluidamente.
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