Diversidade não se impõe, tem que fazer parte do DNA

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Opinião

Diversidade não se impõe, tem que fazer parte do DNA

A boa notícia é que um número significativo de grandes corporações abraça esta visão mais inclusiva.


2 de março de 2023 - 14h00

Diversidade nas empresas

A boa notícia é que um número significativo de grandes corporações abraça esta visão mais inclusiva. (Crédito: Shutterstock)

Implementar a diversidade não deveria ser uma luta. A raiz social desse tema tem que ser motivadora o suficiente para engajar as pessoas a respeitar o outro de forma genuína e empática, entendendo a pluralidade como uma via para ampliar horizontes e viver melhor.

Digo isso não apenas com relação às pessoas, mas também às organizações. A sua marca, por exemplo, quer ganhar o mundo começando por um país diverso como o nosso? Então, recomendo buscar transformar a diversidade como parte do DNA da companhia. A Smiles, plaforma de viagens e programa de fidelidade da Gol, está neste percurso, que é um desafio diário.

Com voos para mais de 1600 destinos, a companhia se comunica com um público bem amplo e diverso no dia a dia. Existe uma enorme preocupação com relação a imagens e aos discursos relacionados à marca. Sua mais recente campanha, Somos feitos de Viagens, busca trazer a diversidade de forma natural à jornada através de histórias reais. Mas tudo faz ainda mais sentido quando aplicado da porta para dentro também. Para isso, quando necessário, a empresa conta com a parceria de instituições especializadas, como o Mais Diversidade e a Portland.

Tudo isso nos leva a uma outra palavra-chave: inclusão. A diversidade não existe sem fazer com que ela faça parte da nossa vida, pessoal e coorporativa. Só vivendo um dia a dia pontuado pela junção de diferentes ideias, origens e práticas que estaremos aptos a estabelecer relações verdadeiras. E, como falei, isso é um desafio diário.

A boa notícia é que um número significativo de grandes corporações abraça esta visão mais inclusiva. Vale ressaltar aqui iniciativas de empresas como Credicard, Accenture e Livelo que abriram oportunidades de trabalho para profissionais 50+. E estão vivenciando o quanto, por exemplo, a maturidade, a experiência e a inteligência emocional dessas pessoas podem somar para o dia a dia da organização. Na Schneider Electric, um programa de mentoria reversa aproxima profissionais de diferentes gerações entendendo que todos têm muito a ensinar e aprender, independentemente da experiência e posição profissional.

Acredito profundamente que quando a diversidade e a inclusão — da maneira mais ampla possível — fazem parte do dia a dia de uma organização, todo o negócio ganha com mais criatividade e inovação. É em ambientes como esse que produtos e serviços têm mais chance de serem estruturados de acordo com a real necessidade do seu público-alvo.

Ao avaliar o tema um pouco mais a fundo, e conversar com líderes de negócio verdadeiramente envolvidos na causa, você verá que a diversidade e a inclusão estão se tornando parte das estratégias de sucesso. Isso, não apenas para atrair mais clientes e vender produtos ou serviços. A afinidade com a pluralidade funciona também como um recurso para atrair e reter profissionais de talento interessados em serem respeitados pelo que são e reconhecidos pelo que fazem.

Caso você, como líder de negócio, ainda tenha dúvidas sobre o lugar que o tema ocupa dentro da sua organização, antes de se lançar em campanhas em defesa da causa, sugiro levar a sua marca para o divã. Fazer um exercício de autoconhecimento para revelar seu verdadeiro propósito. Isso vai ajudar a você a entender, por exemplo: o que é diversidade para a sua empresa; como o tema é ou deve ser tratado no seu ambiente corporativo; quais as resistências com relação ao assunto; e se até já existe alguma ação interna que realmente faça a diferença na vida do público diverso que precisa ganhar mais visibilidade.

Uma peça de comunicação, assim como um colaborador respeitado e um cliente satisfeito são, na minha visão, ações relacionais. Todos têm um forte potencial de construir e fortalecer a interação da marca com a vida do consumidor. Em tempos de concorrência acirrada, e de tantas marcas com posicionamentos fakes, não dá para perder a oportunidade de se conectar com as pessoas pela verdade que move você, sua marca e toda sua equipe.

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