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Opinião

É possível ver o copo meio cheio mesmo na pandemia?

Frente à adversidade, a saída foi pensar rápido e responder ainda mais rápido ao caminho que as pessoas estavam tomando


17 de fevereiro de 2021 - 13h29

(Crédito: C0rey/iStock)

Neste 26 de fevereiro, completamos um ano em que foi registrado o primeiro caso de Covid-19 no Brasil. Aqui estamos, um ano depois… Não há como negar o efeito catastrófico que a pandemia causou em nossas vidas e na economia do Brasil e do mundo. Vidas perdidas, empresas falindo, economia desastrosa, aumento da pobreza e ainda estamos longe de termos uma data para todos estarmos vacinados.

A pandemia trouxe impactos profundos na vida de milhões de pessoas no Brasil e no mundo, seja no âmbito pessoal, profissional ou emocional. Em um país como o nosso, onde grande parte da população ainda não tem acesso aos recursos digitais, muita gente teve que buscar maneiras de continuar a vida lidando com o distanciamento social, o que impactou, por exemplo, na educação das crianças e jovens e na rotina dos trabalhadores autônomos.

De acordo com dados da Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas, que integram as estatísticas experimentais do IBGE, 37,5% das três milhões de empresas em funcionamento foram atingidas negativamente pela pandemia, enquanto 36,3% revelaram que as consequências foram pequenas ou inexistentes. Por outro lado, ainda de acordo com o levantamento, 26,1% revelaram efeito positivo da pandemia sobre os negócios. Partindo dessa informação, surge uma pergunta: é possível ver toda essa loucura de maneira positiva? Como encontrar o lado bom de tudo isso frente a tanto impacto em nossas vidas? Como olhar para nossa indústria e enxergar o copo meio cheio?

No momento em que a solidariedade e a empatia se tornaram tão necessárias, o olhar para a sociedade, tanto pessoal quanto profissionalmente, se fez extremamente necessário — foi durante a pandemia que muitas empresas tiraram do papel ou reforçaram seus projetos de responsabilidade social. Muitas marcas conseguiram se mobilizar e causar algum impacto positivo à sociedade em meio à crise desencadeada pelo Covid-19. Vemos artistas capitaneando campanhas sociais que mobilizam toda a sociedade. Claro que, idealmente, não deveria ser necessário que uma crise surgisse para que o papel social dessas marcas fosse adensado, mas o importante é que elas conseguiram responder prontamente à demanda do mundo e desempenharam seu papel social. Mesmo ao sairmos dessa turbulência, acredito que esse novo estado, essa nova maneira de agir, de pensar, não irá regredir.

Com o isolamento social, que chegou de forma inesperada, comerciantes e empreendedores donos de lojas físicas em todo o País foram obrigados a abaixar as portas do dia para a noite. Pegos de surpresa, foram levados a desenvolver estratégias de sobrevivência para tentar salvar seus negócios e a renda de suas famílias. Com isso, muitos encontraram no e-commerce a oportunidade de continuar vendendo para os consumidores, que agora estavam isolados dentro de suas casas.

Frente à adversidade, a saída foi pensar rápido e responder mais rápido ainda ao caminho que as pessoas estavam tomando. A digitalização expressa e massiva dos consumidores abriu portas para o mercado, a pandemia trouxe mudanças no comportamento, no trabalho, na interação cultural e social — encontros pessoais e consumo de conteúdo migraram para os serviços de streaming e outros online. Essa capacidade de diversificação, estimulada pela necessidade, sinalizou com novos horizontes, inimagináveis no momento inicial.

Exemplo disso é o aprimoramento que a tecnologia de realidade aumentada (RA) tem feito nos últimos meses. Cada vez mais realista, a RA pode ser grande aliada das empresas que utilizam o comércio eletrônico. Isso porque pode trazer ao consumidor a possibilidade de ter uma experiência de compra mais próxima da real, o que reduziria o receio da compra online e tornaria essa transação mais assertiva, segura e prazerosa.

Outro efeito positivo foi o avanço da tecnologia na saúde. A revista Science publicou que a inteligência artificial pode ajudar a identificar variantes do coronavírus (SARS-CoV-2) com mais rapidez. A inovação tecnológica nos conectou, acelerou mudanças, ajudando a desenvolver diversas vacinas pelo mundo todo, em tempo recorde. Agora, é esperar que essa mesma agilidade possa ser vista na distribuição da tão sonhada vacina para toda a população, o que possibilitaria voltarmos o quanto antes ao normal — que, certamente, já não será mais tão normal assim.

*Crédito da foto no topo: Eugenesergeev/iStock

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