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Opinião

Entretenimento e ESG

Quando a diversão impulsiona a sustentabilidade


1 de abril de 2025 - 15h00

Os festivais de música deixaram de ser apenas espaços de entretenimento para se tornarem plataformas estratégicas de conexão, engajamento e conscientização. No Brasil, país que recebe e realiza alguns dos maiores eventos do mundo, as marcas têm a oportunidade de não apenas oferecer uma experiência diferenciada, como também apresentar seus valores, compromissos e iniciativas socioambientais, aspectos que são cada vez mais relevantes aos olhos do público.

Segundo a Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), o setor deve movimentar R$ 141,1 bilhões em 2025, consolidando-se como um dos grandes motores da economia brasileira. Com essa aceleração, cresce também a busca das empresas por soluções que minimizem os impactos ambientais e que promovam uma experiência cada vez mais inclusiva e positiva para todas as pessoas, transformando os festivais em espaços de sensibilização e educação socioambiental.

Essa demanda não parte apenas das organizações, mas também do próprio público. Segundo o Future Consumer Index, da EY (2024), 37% da Geração Z priorizam marcas sustentáveis e 31% desse grupo já reduziram ou abandonaram o consumo de empresas que consideram pouco comprometidas com o meio ambiente. Um comportamento que reflete diretamente nos festivais, onde as marcas precisam alinhar suas ações às expectativas da nova geração de consumidores e frequentadores de grandes eventos.

Foi com essa perspectiva que, em mais um ano, o McDonald’s chegou ao Lollapalooza Brasil 2025, unindo entretenimento aos compromissos da sua plataforma ESG, a Receita do Futuro. A empresa reutilizou materiais da estrutura e cenografia do último ano, reciclará todo o óleo utilizado nos três dias e investiu em containers de coleta seletiva que oferecem benefícios às pessoas que realizarem o descarte correto – uma iniciativa que alia a experiência de marca com a responsabilidade ambiental.

Fato é que a incorporação de práticas ESG (Ambientais, Sociais e de Governança) no universo do entretenimento tem se mostrado uma ferramenta poderosa para impulsionar mudanças positivas. Na edição de 2024, reciclamos 1,2 tonelada de materiais e transformamos mais de 570 kg de resíduos orgânicos em composto, demonstrando compromisso em reduzir o impacto de todas as etapas da operação.

Outro aspecto inegociável nos festivais – e fora deles – é a inclusão e o impacto social. Inúmeros projetos voltados para acessibilidade vêm sendo implementados pelas empresas, a fim de oferecer uma boa experiência para todas as pessoas, seja qual for o ponto de contato. E isso abrange não apenas o público geral, como colaboradores, promotores e profissionais que estejam representando a marca.

Reconhecer e premiar iniciativas sustentáveis é essencial para incentivar as boas práticas do mercado, mas a verdadeira mudança acontece quando as companhias incorporam esses princípios às suas estratégias de forma perene e consistente. A sustentabilidade deve ser um compromisso diário, refletindo uma postura alinhada às expectativas da sociedade. Marcas que compreenderem essas mudanças permanecerão relevantes por muito mais tempo.

A diversão e a sustentabilidade, juntas, têm o poder de inspirar milhares de pessoas e gerar um impacto duradouro. Mais do que uma tendência, essa integração de iniciativas ESG precisa ser um compromisso de longo prazo. Marcas e organizadores de festivais têm a oportunidade de transformar grandes eventos em verdadeiros polos de mudanças de hábitos, conscientização, promovendo um legado positivo para a sociedade e o planeta.

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