Eventos digitais. Alternativa provisória ou nova realidade?
A nova demanda desses eventos virtuais significa, sim, uma saída. Mas não representa, nem de longe, uma solução para todo o setor
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No dia em que a quarentena começou no Brasil, iniciou também uma crise sem precedentes no setor de eventos. Imediatamente impactadas pela paralisação de qualquer possibilidade presencial, as empresas e players do segmento tiveram que se reinventar, assim como boa parte dos brasileiros, para continuarem economicamente ativos. Para se ter uma ideia, dados de entidades como a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape) estimam uma perda de 95% de lucros no ano passado.
E estamos falando de um segmento responsável por 4,32% do PIB nacional e que reúne um universo de aproximadamente 60 mil empresas em todo o País, abrangendo 52 ramos de negócios em aproximadamente 640 mil empresas e 2,2 milhões de Microempreendedores Individuais (MEIs), segundo a Abrape.
Nesse cenário de muitas incertezas, diversas empresas e trabalhadores tiveram dificuldades. No setor de eventos, tivemos nossa rotina diretamente impactada, mas não desanimamos. Ao contrário. Para superar a crise, surgia um novo alvo como opção: os eventos digitais.
As lives, lá no começo da pandemia, foram o primeiro gatilho que já mirava para um novo horizonte de oportunidades nesse caminho. Horizonte esse que foi se mostrando cada vez mais amplo com o passar dos meses.
Hoje, meses depois, e com o salto tecnológico que a pandemia trouxe, é possível realizar ações digitais inovadoras utilizando recursos como a realidade aumentada, a criação de ambientes 3D, plateia virtual, criação de filtros para as redes sociais, mosaico digital, marketplace de experiências, envio de kits, entre muitas outras iniciativas incríveis, tudo para tornar esses momentos mais próximos e acolhedores. Todo esse contexto ganhou espaço em eventos, corporativos ou de lazer, movimentando todo um ecossistema que envolve agências, produtores, startups e desenvolvedores.
As empresas e agentes sempre precisaram e vão continuar precisando se comunicar e o digital é o espaço propício a se atingir um maior alcance das mensagens. É um momento delicado. E estreitar laços entre colaboradores, parceiros e clientes é especialmente importante e desafiador. Além disso, os eventos e ações digitais oferecem opções flexíveis de orçamentos, o que em tempos pandêmicos, pode fazer toda a diferença.
É preciso ressaltar que as ações presenciais não vão jamais perder sua importância. Pelo contrário, o poder do impacto presencial é grande, especialmente no que tange ao entretenimento. E também é relevante compreender que não dá para fazer “gambiarra digital”, ou seja, tentar simplesmente adaptar o que acontecia no presencial para uma tela. É necessário pensar cada mídia e formato com suas especificidades e objetivos próprios, enquanto não pudermos viver as experiências presenciais.
Continuar impactando o público e provocando o efeito “WOW!”, mesmo no ambiente digital, foi o nosso maior desafio na pandemia. Neste período em que estamos trabalhando em modelo híbrido, as ações digitais são importantes para mantermos a conexão com nossos colaboradores e clientes. O digital também aproxima as pessoas e possibilita executar com qualidade e criatividade pontos de contato que antes eram feitos presencialmente.
A nova demanda desses eventos virtuais significa, sim, uma saída. Mas não representa, nem de longe, uma solução para todo o setor.
Nas últimas semanas, vem se discutindo no Senado a nova lei 14148/2021, aprovada em abril e já sancionada (com alguns vetos) pelo presidente. A lei — agora em fase de regulamentação — cria o Perse, um programa que vai viabilizar medidas emergenciais de auxílio para os inúmeros trabalhadores e empresas do setor. Uma solução temporária (ainda que com atraso, já que o setor de eventos foi um dos primeiros a ser impactados pela pandemia), mas que em tempos de crise, pode fazer muita diferença.
A resposta sobre a pergunta do título? Ambas. O digital está apenas engatinhando no segmento de eventos e é essencial acompanhar sua evolução e testar todas as soluções que esse novo modelo oferece. No entanto, o ser humano é um ser social e a troca entre os pares cria uma energia e experiências memoráveis.
**Crédito da imagem no topo: DKosig/iStock
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