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Opinião

Feliz Dia da Mulher

Mudar o atual cenário de desigualdades demanda pensar e agir todos os dias do ano


11 de abril de 2016 - 11h41

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Mesmo em países desenvolvidos, elas ainda têm um caminho longo a percorrer rumo à igualdade

Não, isto não é uma publicação fora de época.

Aqui em casa é sempre o dia da mulher. Com esposa e duas filhas, não há opção. Mas do lado de fora as coisas são bem diferentes. Ainda celebramos as mulheres com um dia especial no ano. Um dia.

Todo dia 8 de março aparecem os tuítes, posts no Facebook, declarações no Instagram etc. Marcas, empresas e pessoas se aproveitam da publicidade fácil e falam do assunto por toda parte. Mas no dia 9 tudo volta ao normal. E o normal não é muito legal para elas.

Nos Estados Unidos, em 2014, as mulheres ganharam $0.79 para cada $1.00 pago aos homens para as mesmas atividades com a mesma responsabilidade. Em praticamente todas as atividades profissionais elas ganharam 21% a menos que seus pares homens.

No Brasil, o cenário não é muito diferente. Mulheres ganham menos e a diferença aumenta de acordo com a instrução e experiência. Mulheres com formação superior recebem 35% menos que os homens (dados do último Cadastro Geral de Empregados e Desempregados de 2015).

Em outros países a história varia, mas não tanto.

Na época que trabalhei na Índia o problema era ainda mais radical. Muitos pais insistiam que as filhas não estudassem. Das que estudavam, poucas escolhiam trabalhar depois de terminar a faculdade. Pouquíssimas trabalhavam em empresas. Quando se casavam, quase todas abandonavam o trabalho. As sobreviventes não resistiam ao nascimento do primeiro filho. O resultado era uma força de trabalho com 95% de homens.

A exceção à regra é a Rússia. Marketing em particular é uma carreira dominada por mulheres em todos os níveis. Uma amiga executiva me explicou que desde sempre “os homens trabalham em indústrias pesadas e as mulheres em administração”. Lá os homens são a minoria.

Mas por trás destas estatísticas estão as decisões que você e eu tomamos todos os dias. A responsabilidade não é das “empresas” ou do “governo”. Ela é minha, sua e dos nossos pares nas posições de liderança no mercado. E isto vale para homens e mulheres.

O que você tem feito para promover igualdade de oportunidades para homens e mulheres? Quantas mulheres havia entre os candidatos que você selecionou para entrevistar? E quantas promoções no seu time foram de mulheres?

Lembrar e festejar as mulheres um dia por ano pode aumentar a venda de flores, mas não resolve o problema. Para mudar este cenário será preciso pensar e agir todos os dias do ano. Quando finalmente fizermos isso quem sabe até elas criarão o dia do homem?

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