Futuro do Live Marketing: Jurássico ou Trendsetter?
Colocar pessoas em contato para fazer networking jamais perderá sua força, mas estrutura dos eventos precisa de inovação
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Outro dia li o comentário de um expert da área de eventos que me deixou pensando… Segundo ele, a área não evoluiu nada nos últimos 50 anos… a única coisa que mudou foram os cabelos e os estilos de roupas dos participantes! Lógico que é uma afirmação polêmica e não concordo totalmente com ela. Mas, se formos analisar a estrutura básica da organização de eventos, veremos que ele tem certa razão. Vejamos: locação de um local, divulgação pré-evento para atrair participantes, algum tipo de atividade para receber as pessoas e depois uma apresentação de powerpoint ou discurso, sempre com comidas e bebidas à disposição. E não podemos nos esquecer do estacionamento ou outros meios de transporte. Os eventos não são todos assim, mas grande parte deles se encaixa perfeitamente nessa descrição. Infelizmente!
Eu acredito muito na força do marketing “face to face” e na influência que um encontro de pessoas pode ter sobre qualquer negócio ou assunto, mas sejamos críticos… a estrutura básica dos eventos não se alterou na mesma velocidade do desenvolvimento das tecnologias disponíveis.
Mudar não é fácil! Second Life já foi uma tentativa de mostrar o futuro dos eventos, mas não passou de uma grande bobagem temporária. Mas evoluir deveria sim fazer parte do dia a dia dos organizadores de eventos. E as ferramentas digitais, algo que deveria potencializar ainda mais as características básicas dos eventos.
A Meeting Professionals International (MPI) divulgou uma projeção recente ( Winter 2016 Meetings Outlook), citando que nos Estados Unidos a projeção de crescimento dos investimentos em eventos neste ano será 1,6% superior aos investimentos em 2015. Já os custos/preços dos eventos teriam um reajuste de 4,1% no mesmo período. Hummm, nesta proporção em alguns anos a conta não fecha! A cada dia que passa o ROI se torna um “mantra” muito forte em todos os planejadores e organizadores de eventos no mundo todo, mas qual é o gestor de eventos que tem a inovação em seu DNA? Melhor ainda, quem tem uma linha no budget para fazer inovações em seus eventos? Qual empresa de eventos tem um departamento de pesquisa & desenvolvimento? Resumindo, reclamamos que estamos longe das decisões do C-LEVEL e que os eventos estão muito mais táticos do que estratégicos, mas não estamos contribuindo muito para alterar este cenário, concorda?
As nossas métricas para definir sucesso também não ajudam muito, número de participantes, número de expositores, tamanho do evento, quantidade de mídia espontânea mencionando o evento, quais destes KPIs potencializam inovação ou estimulam o ROI? Geração de leads seria um destes novos KPI´s? Seremos jurássicos ou exemplos de como inovar? Que caminhos queremos seguir? Enquanto ficarmos perguntando aos participantes “Quão satisfeito você está com este evento (em uma escala de 0 a 10)?” ao invés de “O que você realmente deseja?“ não teremos as respostas certas.
Poder colocar as pessoas em contato, gerando negócios ou produzindo conhecimento, é atividade que pertence à natureza humana de forma muito forte e não tem tendência de queda, muito pelo contrário na minha opinião. Mas como organizadores de eventos não podemos ficar em “ berço esplêndido” esperando um briefing e sim ir à luta buscando conhecer ainda mais as ferramentas para conectar as pessoas e as empresas. Viva o Live Marketing!
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