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Opinião

Honestidade e integridade são as plataformas que pagam melhor

A promoção irresponsável de jogos de azar prejudica não apenas a audiência, mas também o próprio influenciador e a indústria de marketing de influência como um todo


14 de agosto de 2024 - 6h00

Os joguinhos de azar (plataformas de apostas online, influenciadas por dispositivos e programas de aleatoriedade, como o “Tigrinho”) estão ganhando força no Brasil graças aos criadores de conteúdo que os divulgam. Isso é preocupante, pois além de ser uma prática atualmente proibida no País, esses websites não contêm qualquer tipo de mecanismo que comprove a veracidade das apostas ou que protejam os usuários, que, como consequência, podem acabar sendo enganados, viciados e perdendo grandes quantias de dinheiro.

O estudo “Questionário da Verdade” feito recentemente pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), foi feito para saber se as pessoas têm capacidade de reconhecer uma notícia falsa. O problema é que o Brasil ficou em último lugar na pesquisa, com 85% do público entrevistado recorrendo às redes sociais como ferramenta de informação. Essa é uma prova clara do perigo dos jogos de azar serem divulgados por influenciadores, pois as pessoas depositam confiança neles.

Em resposta a essa questão que está colocando a segurança dos cidadãos em risco, o governo brasileiro está implementando medidas para regularizar essas plataformas, com novas normas a serem definidas em breve pelo Ministério da Fazenda. Essas regulamentações, que entram em vigor em janeiro, visam garantir que os sites de apostas operem de maneira justa e responsável. As plataformas aprovadas serão identificadas pelo domínio ‘bet.br’, indicando sua conformidade com as regras estabelecidas.

Ao ligar apostas aos influenciadores, sinto uma preocupação: A promoção irresponsável de jogos de azar prejudica não apenas a audiência, mas também o próprio influenciador e a indústria de marketing de influência como um todo (que é nova em todo o mundo). A associação de influenciadores com atividades ilícitas e arriscadas pode manchar sua credibilidade e impactar negativamente suas carreiras a longo prazo.

Não quero dizer que cada um tem de seguir uma regra, todos são livres para fazer o que quiserem desde que não prejudiquem a vida de outras pessoas. Há poucos dias, vi um caso de um menino de 12 anos que gastou 2 mil reais em jogos assim e me fez refletir sobre a capacidade da influência na vida das pessoas.

Acredito que não exista “plataforma que pague melhor” do que a honestidade. É complexo pensar que se esse poder de influência fosse usado para outras causas, talvez as pessoas fossem melhores. Não estou dizendo (e nem quero dizer), que essas pessoas são ruins, mas chegou o momento de entender que trabalhar como criador não é apenas sobre ganhar dinheiro.

Dia desses estava no instagram rolando os reels e cheguei até o perfil de uma senhora fofa, engraçada e divertida. Observei o conteúdo e confesso que dei altas risadas. Quando fui aos stories, lá estava ele, o ‘tigrinho’. Sei que parece ser normal, mas fico imaginando o quanto as pessoas trabalham para ganhar pouco dinheiro e perder quase toda a renda em algo vazio e sem retorno. Apenas me respondam: Vale realmente ter ‘influência’ e prejudicar o outro?

É fundamental que influenciadores e agências de marketing compreendam a responsabilidade que possuem ao escolher os produtos e serviços que promovem. A integridade e a credibilidade devem ser prioridades, mesmo diante de propostas financeiras atraentes. Influenciadores comprometidos com a ética têm o potencial de promover mudanças positivas, educando e conscientizando seu público.

A responsabilidade na escolha de parcerias é crucial para a construção de um mercado de influência saudável e confiável. O foco deve estar em promover conteúdo que contribua para o bem-estar e a educação do público, ao invés de incentivar comportamentos potencialmente prejudiciais.

Lembrem-se sempre: Nem tudo nessa vida é sobre dinheiro. A honestidade e integridade ‘pagam’ melhor.

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