In-game ads: hora de as marcas entrarem no jogo
O Brasil é uma das potências do universo gamer sendo a quinta maior do mundo, segundo a NewZoo, referência global na análise da indústria de games.
In-game ads: hora de as marcas entrarem no jogo
BuscarIn-game ads: hora de as marcas entrarem no jogo
BuscarO Brasil é uma das potências do universo gamer sendo a quinta maior do mundo, segundo a NewZoo, referência global na análise da indústria de games.
29 de novembro de 2023 - 10h00
O Brasil é uma das potências do universo gamer quando se trata do tamanho da população de jogadores. É a quinta maior do mundo, segundo a NewZoo, referência global na análise da indústria de games. E, de acordo com a Pesquisa Game Brasil (PGB) 2023, 70,1% dos brasileiros afirmam jogar algum tipo de game.
Aplicados os dados mais recentes do IBGE, que revelam um país de 203 milhões de pessoas, temos 142 milhões de homens e mulheres que consomem games pelo smartphone, console, computador ou em duas plataformas (a média no Brasil, conforme a PGB).
Grandes empresas estão de olho nesse público e procuram meios de entender como atingir essa audiência difícil de captar, mas tão desejada. Não surpreende que alguns dos maiores anunciantes do mundo estejam investindo mais no mercado de games e eSports. São desde empresas mais voltadas para o setor, como Samsung, a companhias que não têm negócios diretamente ligados a games, caso de O Boticário, Bauducco, Cup Noodles e Banco do Brasil. Todas tiveram lugar estratégico na Brasil Game Show 2023.
Então, o que as empresas podem encontrar nesse mercado cada vez mais estratégico para as marcas?
Hoje, as plataformas de jogos propõem formas disruptivas de transmitir mensagens e interagir com o público. Os investimentos também ganham robustez e estratégias mais sofisticadas, que vão de banners a vídeos, que funcionam como outdoor, até a oferta de experiências que reproduzem restaurantes, lojas ou ilhas. As possibilidades de criação de universos para as marcas são infinitas.
Na Paris Fashion Week 2023, por exemplo, a L’Oréal realizou pela primeira vez um desfile no Roblox. A experiência no metaverso pode ser acompanhada por fãs do mundo todo, que tiraram fotos, fizeram maquiagem e desfilaram no tapete vermelho. Warner, Converse e Gillette são outras empresas que estão criando ações dentro de games.
A tendência é ver, nas plataformas de jogos, um número maior de companhias em busca da atenção das gerações Z e Alfa. Em 2019, estimava-se que a receita de in-game ads crescesse de US$ 42,3 bilhões para US$ 56 bilhões em 2024, segundo a consultoria Omdia.
No entanto, a projeção mudou exponencialmente. Com dados atualizados até outubro, o mercado global de publicidade em games deverá atingir US$ 94,53 bilhões até o final de 2023, crescendo 69% a mais do que o calculado para 2024.
O fato é que a participação das marcas nas plataformas conta atualmente com uma visão mais favorável por parte dos gamers. O principal desafio das empresas é criar experiências que não prejudiquem o momento imersivo do jogo. A percepção de interferência, porém, vem diminuindo desde 2018, mostra a PGB 2023. O estudo traz mais um dado animador para as empresas: 55% dos jogadores acreditam que marcas de sucesso no futuro precisam ter uma presença digital nos games.
Pelo lado do anunciante, a preocupação é entender como se mede o impacto de seus investimentos nesses formatos. Existem plataformas de in-game ads, como Anzu, uma empresa global representada na América Latina pela Entravision, que, além de ser um veículo para publicidade, conta com soluções para autenticar a entrega da mensagem e verificar o alcance das ações por meio de tecnologias avançadas.
Uma das principais características da publicidade in-game é ter um alto viewability, sendo possível atingir índices a partir de 85%. Isso quer dizer que mais de 85% das pessoas conectadas no jogo realmente veem os anúncios. E vale destacar: como o momento é bastante imersivo, o gamer está 100% focado na tela enquanto joga.
Com o mercado em expansão e o público mais habituado à presença de anunciantes, está claro que há oportunidades valiosas para as marcas, se elas estabelecerem estratégias bem alinhadas com a cultura gamer. O importante é não ficar para trás e saber jogar.
Compartilhe
Veja também
Intermediação em queda
Volume global de publicidade cresce mais rápido que faturamento das holdings de agências e, pela primeira vez, investimento intermediado pelos grandes grupos nos EUA é igual ao feito direto pelos anunciantes
A mídia estrábica e o poder das big techs
Empresas intermediárias conseguiram dominar as cartas do jogo quando investiram em tecnologia e passaram a entender o perfil das audiências