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Influenciador não é só mídia

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Opinião

Influenciador não é só mídia

Será que as marcas estão trabalhando marketing de influência da maneira correta?


12 de dezembro de 2024 - 6h00

Uma pesquisa recente da Data-Makers em parceria com a CDN, divulgada pelo Meio & Mensagem, revela que apenas 18% dos CMOs avaliam como positivos os resultados obtidos por meio de influenciadores digitais. Mas, será que as marcas estão trabalhando marketing de influência da maneira correta?

Em grande parte do mercado ainda há uma percepção equivocada de que influenciadores são meramente veículos de mídia. É uma visão simplista que desconsidera a natureza única desses profissionais, limitando o potencial de engajamento que podem oferecer às marcas.

Embora muitos influenciadores tenham vastas bases de seguidores tornando-se atraentes para ampliar a visibilidade das marcas, é importante destacar que alcance não é sinônimo de influência. Criadores são indivíduos com perfis específicos que produzem conteúdo para audiências que se conectam com eles pela autenticidade e pelo valor da informação ou entretenimento oferecido. Mas, quando um influenciador compartilha algo em desalinho com sua essência, o público percebe essa artificialidade, o engajamento.

Portanto, selecionar um influenciador apenas com base no alcance de seu perfil pode ser um equívoco. O essencial é o alinhamento entre os valores da marca e o conteúdo que o criador desenvolve, incluindo aspectos como contexto, propósito e narrativa.

Essa simbiose não surge automaticamente; resulta de uma relação que transcende a compensação financeira e envolve confiança, compreensão e respeito ao estilo de cada criador.

É fundamental reconhecer que cada criador possui sua própria dinâmica de interação com o público. Dessa forma, as marcas que buscam controlar rigorosamente cada aspecto do conteúdo perdem a oportunidade de construir uma relação genuína. Parcerias bem-sucedidas geralmente utilizam técnicas de relações públicas que têm o relacionamento como pilar central, em vez de depender dos métodos tradicionais da publicidade, focados no controle da mensagem.

Ao tratar influenciadores como mídia, os CMOs perdem uma das principais vantagens de trabalhar com esses criadores: a autenticidade. Uma abordagem inspirada em relações públicas torna a relação mais rica, na qual a construção de confiança mútua é essencial. O influenciador sente-se parte do projeto e não como um mero um veículo. E isso se reflete no seu conteúdo.
Também é importante que as marcas considerem o que o influenciador valoriza, o que pode variar conforme o perfil dele.

Enquanto alguns apreciam experiências únicas, outros desejam participar do processo criativo ou ter acesso direto aos líderes das marcas para compreender melhor seus propósitos. A relação se aprofunda quando a marca oferece algo além da remuneração: conhecimento, cocriação e troca de ideias.

Para que as campanhas com influenciadores alcancem o impacto desejado, os CMOs precisam vê-los como mais do que apenas um meio de comunicação. Eles são criadores de conteúdo com perspectivas únicas e um público que confia neles pela autenticidade. Ao tratá-los como parceiros, e não apenas como mídia, as marcas conseguem não só um alcance maior, mas também um engajamento mais profundo e uma verdadeira conexão com o público.

Essa abordagem exige que as marcas estejam dispostas a ceder parte do controle e confiar na capacidade do criador de interpretar e comunicar a mensagem de maneira autêntica. Esse é o caminho para construir relações que agregam valor tanto para a marca quanto para o influenciador e, consequentemente, alcançando o tão desejado engajamento com o público.

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