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Infodemia: quando a divulgação de fake news é tão grande, que ganha nome

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Opinião

Infodemia: quando a divulgação de fake news é tão grande, que ganha nome

De informações irrelevantes, a assuntos políticos capazes de mudar a fotografia socioeconômica do país, as fake news começaram a ganhar espaço nas conversas.


30 de julho de 2021 - 18h29

Após o fim da primeira conferência científica sobre a epidemia de informações, a Organização Mundial da Saúde cunhou, de forma nacional, o termo ‘Infodemia’, para se relacionar ao disparo e compartilhamento de fake news no ambiente digital, durante a pandemia da Covid-19.

Se naturalmente a desinformação ou a confusão causada por uma notícia falsa já é prejudicial, em um momento assumidamente de calamidade, a situação se complica significativamente.

Engana-se quem pensa que fake news é algo exclusivo do brasileiro, e que vive em terras tropicais, olhando o nosso eterno vai e vem, cheio de malemolência… No Reino Unido, graças a uma fake news, pessoas incendiaram quase 100 torres de sinal, mas esse é apenas um caso em um oceano repleto de outros tantos.

A divulgação de fake news já está tão descontrolada que ganhou até nome: infodemia (Créditos: Joshua Miranda/Pexels)

As notícias falsas não têm nacionalidade, origem confirmada e, muito menos direito de mudar a nossa realidade a partir de informações não verdadeiras. Essa situação tornou-se assunto mundial e com reflexos extensos.

Mas além de bater o martelo sobre o nome que iremos ver, falar e estudar pelos próximos anos, a conferência e seus especialistas concluíram que a epidemia da informação falsa e dirigida, precisa de um antídoto, e a melhor sugestão é uma resposta coordenada e multidisciplinar. E isso, afeta a rotina da comunidade científica no mundo, já que agora eles têm a responsabilidade de estudar e entender esse fenômeno, e contribuir para que a população possa saber como se portar para combater a situação.

Se desde seu aparecimento as fake news são problemáticas, com a divulgação em massa e sem nenhum tipo de controle, a situação fica evidentemente pior.

A falta de informações corretas em um momento epidêmico, pode gerar e alimentar consideravelmente a crise política, econômica e viral que se alastra pelo país. Pessoas que julgam estar fazendo o certo para se manterem longe do vírus das notícias falsas, podem acabar tendo práticas contrárias, e contribuir para maior propagação dele.

Hábitos e costumes podem ser influenciados pelas falsas notícias, que chegam por aplicativos ao longo do país, e essa situação gera nas pessoas medo, insegurança e dúvidas. O ideal continua sendo o de sempre, buscar confirmação sobre toda e qualquer notícia em sites oficiais, e que tenham confiança e fé pública.

É claro, que até mesmo o ambiente digital e de informações possui suas pegadinhas, tal qual a Wikipedia, que já foi fonte de pesquisa confiável, mas em função da possibilidade de alteração dos artigos por terceiros, tornou-se uma fonte vazia.

O jornalismo sério e concreto, nesses momentos, ganha ainda mais força. Não há melhor lugar para entender e saber de fatos, do que pela voz de profissionais que realmente tenham um compromisso social com a verdade e com o público.

Novamente, esse comportamento reflete no digital, já que, com essa postura, tantos influencers acabam por perder força, algo que é totalmente compreensível, já que há uma parcela desses profissionais que fala sobre assuntos aos quais eles realmente não estão preparados.

Mas como diz o ditado, “No capitalismo há quem chore e quem venda lenço”. Se por um lado, alguns influencers podem sofrer com o aconselhamento para que as pessoas busquem conhecimentos de fontes mais oficiosas, os produtores de conteúdo de entretenimento podem se beneficiar, já que seus conteúdos podem ser consumidos sem que se faça necessário dúvidas, problemas e ruídos.

O digital é ferramenta, mas caminha para tornar-se um multiverso ainda maior, em que tudo que é postado passe por mais filtros e aprovações, para evitar que conteúdos dúbios ou “tidos como errados” possam ser veiculados e ter engajamento.

Pelo sim e pelo não, as atitudes tomadas no momento atual irão modificar o digital. Entender esses movimentos e como eles são desenhados garantem o melhor uso no futuro, nesse caso tanto para os produtores quanto para os consumidores.

A infodemia ainda não mata tanto quanto a Covid-19, mas já dispara alarmes ao longo do mundo, para que as informações passem por ferramentas e filtros, para que o nosso futuro não seja tão incerto, ou pelo menos, mais claro do que as notícias divulgadas sem nenhum tipo de consciência.

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