Inovar sempre. Ou melhor procurar outro negócio
Com um pouco de estudo – e uma dose de coragem – é possível modernizar o negócio jornalístico, sem perder a capacidade de influenciar e de ser a fonte confiável
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19 de setembro de 2017 - 10h17
O jornalismo muda, muda e muda de novo. Sempre. A explicação é simples: muda porque as pessoas mudam. Se a regra do jornalismo é informar/explicar/traduzir fatos relevantes para a sociedade (ou parte dela), as mudanças devem ser tão constantes quanto aquelas dessa mesma sociedade. Permanecer repetindo fórmulas, ignorando as mudanças necessárias, é assinar o atestado de óbito.
Pois bem: adivinhe qual o problema que aparece em primeiro lugar na pesquisa sobre as dificuldades de futuro nas empresas jornalísticas, organizada pelo World Press Trends/WAN-Ifra (Tendências do Jornalismo no Mundo, pela Associação Mundial de Jornais). Sim, 26% dos acionistas e diretores dos jornais do planeta dizem que a relutância à mudança é o principal fator de risco para o sucesso de sua companhia no futuro. É mais que o novo modelo de negócios (24%), Competição (15%) ou Instabilidade Política do País (12%).
Mudar uma estrutura acostumada a fazer sempre o mesmo significa criar uma dificuldade inesperada. Aquele profissional que sabe organizar seu tempo entre o trabalho, o almoço em família, o transporte dos filhos à escola e ainda a academia no fim da tarde, vai precisar rever sua rotina. E quando algo provoca desconforto, a reação (leia-se boicote) é imediata. O problema é que a mudança não é mais opcional, é obrigatória. Em tempos onde negócios aparecem e desaparecem todos os dias, onde a maioria das grandes marcas do mundo ainda não completaram 10 anos, é fundamental mudar sempre – com segurança – e não perder o trem.
Há mudanças sem estratégia, que costumam matar marcas tradicionais. O Jornal do Brasil, por exemplo, depois de anos de péssima gestão, abandonou o papel. Tentou vender a ideia de que a economia necessária era na verdade uma decisão de valorizar o digital. Não colou. O JB hoje amarga a irrelevância. Mudanças como reduzir um dia por semana de circulação da edição impressa, adotada por Zero Hora e Diário do Nordeste, entre outros, funcionou. Já a decisão de manter apenas a edição do fim de semana, encerrando com os dias úteis, ainda está em observação na Gazeta do Povo.
De qualquer maneira, com um pouco de estudo – e uma dose de coragem – é possível modernizar o negócio, sem perder a capacidade de influenciar, de ser a fonte confiável da sociedade. Mas para isso é preciso estar aberto às novas ideias, remodelar a estrutura criativa de todas as formas. Na Redação e nas demais áreas. Quem disse que a divisão Comercial/Circulação-Mercado Leitor/Industrial-Operações/Marketing/Tecnologia/Administração/Recursos Humanos/Redação é para sempre?
Empresas mais leves, com Redações criativas. Sem medo de mudar, como o The Globe and Mail, líder do Canadá, que acaba de anunciar que as informações (data) recolhidas pelo site servirão de apoio decisivo para as apostas editoriais do papel. E que a partir de dezembro só existirão duas editorias: Notícias e Negócios. Todas as seções tradicionais de encaixarão nesse desenho.
É preciso mudar e entender o que faz sentido na sociedade digital.
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