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Longa-vida, longa-idade, longevidade

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Opinião

Longa-vida, longa-idade, longevidade

O tema universal ganha novas abordagens, que perpassam a nossa vida pessoal e corporativa


14 de abril de 2025 - 14h00

“Todo mundo quer viver muito, mas ninguém quer ser velho.” Essa mágica, em outros tempos impossível, vem se tornando mais plausível na medida em que a ciência evolui, atribuindo novos contornos à palavra longevidade.

Literalmente, longevidade se refere à longa vida de uma pessoa ou coisa. Mas, não nos basta viver muito. Queremos viver muito, viver bem e, eventualmente, trabalhando por mais tempo. O sucesso do livro Outlive, a ciência e a arte de viver mais e melhor, do médico Peter Attia, surge em meio a esse contexto como uma bíblia.

Peter descobriu que tinha uma doença cardiovascular antes dos 40 anos. A partir daí, mudou o seu estilo de vida, virou maratonista aquático e passou a se dedicar ao estudo do tema da longevidade, questionando a abordagem da medicina sobre as doenças fatais mais recorrentes. “Não se trata de acumular aniversários, e sim de quão bem você vive”, afirma.

Para ele, a chave de uma vida longa e saudável é a prevenção personalizada: preparar hoje o amanhã, com respeito às características individuais e foco em três frentes – saúde mental, física e emocional. O recente SXSW trouxe um novo ingrediente para esse caldeirão, ao evocar a importância da saúde social, das interações humanas, para o nosso bem-estar. Um contraponto poderoso frente ao império das telas em que vivemos.

A abordagem atual do tema longevidade também deságua no ambiente corporativo, abrindo hiperlinks enriquecedores para pensarmos o futuro das empresas e das marcas. O que faz com que umas durem mais do que as outras? Como podemos manter saudável a cultura organizacional de uma corporação, superando os desafios de mudanças de rumo, pessoas e liderança? Conseguimos conciliar o frescor das startups com o legado e a confiança que só os anos nos permitem construir?

Muitas das respostas para essas perguntas podem ser encontradas também no livro de Peter Attia, em interpretações livres dos caminhos que ele indica para a nossa longevidade pessoal. A coragem de romper com velhos hábitos – a disrupção. A disposição de aprender com a ciência – ou com os dados. A capacidade de se adaptar ao novo. Tudo isso é fundamental para que uma empresa ou marca seja longeva e estabeleça relações duradouras com seus consumidores.

Na teoria, parece simples, mas na prática é preciso comunicação de contexto, objetivos claros e muita resiliência para realmente promover a transformação de uma empresa. Afinal, o novo causa incômodo e nem sempre é compreendido em sua amplitude.

Outra reflexão importante quando trazemos a discussão da longevidade para o ambiente corporativo é a da responsabilidade das empresas em relação ao bem-estar das pessoas. Ao longo dos anos, o trabalho ganha cada vez mais relevância para além de ser um meio de subsistência. Ele é um importante componente na formação de identidades, motivo de orgulho e fortalecimento de autoestima, além de uma das mais eficazes formas de inserção social.

Mas pode também ser, por outro lado, um potencializador de tensões e inseguranças que afetam diretamente a saúde – seja ela mental, emocional, física ou social. Ter essa dimensão nos ajuda a construir os ambientes de pertencimento e aprendizado tão necessários para o desenvolvimento e o bem-estar de nossos times e, também, de nossas marcas e empresas.

Mudar é incômodo, exige disciplina, novos hábitos, mas o resultado é vida longa e saudável. E isso vale para a gente e para as organizações.

P.S: Parabéns Meio & Mensagem, há 47 anos se transformando para permanecer longevo.

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