Marcas precisam estar de ouvidos bem abertos
Veículos como CBN, Jovem Pan, UOL e O Estado de S. Paulo já identificaram a oportunidade de oferecer conteúdo em áudio on demand
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A história dos podcasts no Brasil ainda é jovem e mais tímida em comparação a outros mercados como o norte-americano que, em 2016, teve o maior crescimento de usuários dos últimos dez anos, de acordo com o estudo da Edison Research, com representatividade estimada em 57 milhões de ouvintes americanos. No entanto, algumas produções independentes já conquistaram seu espaço por aqui como Nerdcast, Braincast, entre outros menos populares, porém com conteúdo de nicho e público cativo. Aos poucos, os próprios veículos de comunicação como CBN, Jovem Pan, UOL e, mais recentemente, o Estado de S. Paulo, identificaram a oportunidade de oferecer conteúdo em áudio on demand, para ser ouvido a qualquer momento. O próximos passo dessa trajetória evolutiva é que as marcas embarquem nessa onda por aqui também.
O primeiro ponto a ser destacado é que, diferentemente de outras mídias, o áudio digital possibilita que o conteúdo esteja em segundo plano, em paralelo a outras atividades. Ou seja, isso oferece inúmeras oportunidades de contato com o público, seja enquanto o indivíduo está à frente do computador, na academia ou no trânsito. Essa característica é única do áudio e permite que veículos de mídia, produtores independentes e, por que não, as marcas, possam se comunicar “falando” diretamente aos ouvidos das pessoas, o que torna a comunicação muito mais próxima e pessoal do público.
O estudo Cenário do Áudio Digital no Brasil, de 2016, realizado pela Audio.ad e OH!Panel, com cinco mil entrevistados, reforça tais características do áudio digital. Do público brasileiro que escuta rádio na internet, 62% o fazem enquanto trabalham ou navegam. Já em relação aos dispositivos, 52% escutam por meio de PCs, 45% por smartphones e 19% por tablets.
Outras questões como as mudanças de consumo e comportamento dos ouvintes, além da evolução tecnológica, são fundamentais para reforçar o potencial de crescimento dos podcasts. Por um lado, as pessoas cada vez mais migram da comunicação de mão única para formatos mais interativos, com conteúdo customizado e possibilidade de consumo a qualquer momento. Já com relação à tecnologia, há a adoção massiva de smartphones, a melhora progressiva da qualidade dos planos de dados e carros conectados.
Quando se analisa como as marcas têm aproveitado esse contexto, nota-se uma participação ainda tímida em relação ao uso de podcast como uma alternativa para engajamento dos públicos de interesse, a partir de conteúdo relevante e customizado. É interessante observar, no entanto, que muitas empresas já possuem uma rica produção de conteúdo em seus canais proprietários e que poderiam torná-los mais atraentes, transformando-os em um formato que esteja disponível a qualquer momento, até mesmo quando a audiência realiza outras atividades. Esse tipo de mídia também garante total segurança das marcas em relação à veiculação das campanhas, não correndo nenhum risco de estarem associados a conteúdos impróprios e clicks fraudulentos – o que tem acontecido nos últimos meses.
Vivemos a era em que o consumidor escolhe quando, como e onde consome informação e é preciso que as marcas abram seus ouvidos para as oportunidades do áudio digital. A chance de serem ouvidas e lembradas aumentará também.
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