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Opinião

Marketing e procurement, já ouviram falar em EGM?

O “Enterprise Gateway Marketplace” é uma das grandes tendências para desburocratizar processos


13 de abril de 2021 - 13h55

(Crédito: Reprodução)

A sigla é nova, o conceito também. EGM significa Enterprise Gateway Marketplace e tem sido difundido por James Currier, sócio da NFX e um dos grandes especialistas em economia de rede, como uma das principais tendências nas multinacionais e a próxima revolução dentro dos marketplaces. A ideia é criar condições para que as empresas desburocratizem seus processos e encontrem fornecedores através de um único canal de maneira rápida, fácil e 100% em acordo com as suas necessidades, trazendo uma nova dinâmica nas relações comerciais.

O foco é dar maior dinamismo e flexibilidade, com custos mais justos e um modelo de relacionamento desenvolvido a partir da SaaS (Software as a Service). O conceito vai totalmente em linha com a gig-economy, proporcionando acesso a pequenos fornecedores a trabalhar com empresas gigantescas. Apesar de ser algo novo, alguns cases iniciais já mostram que o modelo pode gerar um alto saving e ser 10 vezes mais ágil que os processos estabelecidos até então.

Um dos exemplos de sucesso do EGM é a Scientist.com, importante rede voltada para a pesquisa médica que permite a conexão entre grandes empresas farmacêuticas e de biotecnologia com pequenas empresas do segmento e também com cientistas e acadêmicos. Na verdade, quando a Scientist.com surgiu, o modelo EGM nem existia. Mas quando conheceram o conceito, logo perceberam que era o que faziam.

Algumas características estão bem presentes no EGM. Ele funciona como uma espécie de grande plataforma para receber, de um lado, compradores em potenciais, e oferecer, do outro, fornecedores e/ou prestadores de serviço. Como já acontece em outros modelos tradicionais, feito o encontro, o próprio EGM vai alinhar questões envolvidas com aspectos jurídicos, tributários, financeiros, RH e TI, entre outros. Por trabalhar com dados sempre atualizados de seus fornecedores, a segurança de quem contrata é alta. Por outro lado, os contratados recebem o suporte necessário para cumprir o que foi acertado.

Obstáculos existem, é claro. Até pelo aspecto inovador. Entre esses está justamente em convencer aqueles que são mais resistentes ao novo. Os aspectos jurídicos também tendem a formar empecilhos. E, internamente, os próprios funcionários podem inicialmente interpretar mal e ficar com receio de ter parte do seu trabalho substituído (o que ocorre na prática é que eles ficam com mais tempo para questões estratégicas e liberam tarefas mais operacionais), por isso é fundamental que o produto oferecido ou o serviço prestado precise mostrar que irá agregar valor no processo de produção da empresa que contrata.

Algumas atitudes têm se mostrado eficazes para que o EGM se concretize como um modelo de sucesso: é importante promover interações com frequência entre os compradores presentes na plataforma; deve-se buscar explicar o que este novo modelo de mercado faz dentro da organização que o contrata, para evitar desencontros das informações; apresente uma solução completa para a empresa compradora, envolvendo seus funcionários e criando oportunidades para que todos se desenvolvam.

Não é fácil experimentar novos modelos. Mudar uma lógica de operação de uma multinacional é um desafio. Mas, muitas vezes, a oportunidade de trazer algo novo que funcione compensará os riscos envolvidos. Em tempos de incerteza, usar a tecnologia a favor e testar novos formatos poderá ser decisivo para o sucesso da companhia e chave para o protagonismo do profissional que apresentar esta solução. Marketing e procurement, já encontraram a sua EGM?!

*Crédito da foto no topo: iStock

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