Assinar

Medo e ansiedade contaminando os jovens

Buscar

Medo e ansiedade contaminando os jovens

Buscar
Publicidade
Opinião

Medo e ansiedade contaminando os jovens

Cerca de 75% dos jovens temem o futuro e as empresas podem agir para minimizar esse sentimento


3 de dezembro de 2024 - 6h00

A realidade atual é marcada por um aumento significativo nos casos de doenças mentais, especialmente entre jovens. Eles expressam crescente ansiedade em relação ao futuro, impulsionada por crises globais, como as mudanças climáticas, a insegurança no mercado de trabalho e a constante pressão por sucesso. Essas incertezas estão impactando diretamente a saúde mental de toda uma geração.

Um estudo revelou que 75% dos jovens expressam medo em relação ao futuro, especialmente devido à degradação ambiental e à falta de ações corretivas. Esse temor gera uma sensação de impotência, que contribui para o surgimento de depressão e burnout. Essa condição, muitas vezes chamada de ecoansiedade, reflete o impacto psicológico de viver em um mundo que parece se deteriorar rapidamente.

O medo de que muitas profissões se tornem obsoletas dado o avanço da inteligência artificial (IA) também alimenta esses transtornos. Os jovens sentem que, independentemente de seus esforços, as rápidas transformações tecnológicas mudam o mercado de forma imprevisível. Isso gera sensação de insegurança e agrava a ansiedade e a depressão, como vimos na pandemia de Covid-19.

A pressão para ser produtivo, competitivo e se adaptar a mudanças tecnológicas e ambientais causa um acúmulo de estresse que leva ao esgotamento associado à incapacidade de acompanhar o ritmo de um mundo em constante transformação. O burnout se torna um risco potencialmente alto.

O papel crucial das empresas

A participação das empresas é essencial nesse cenário, pois devem promover o bem-estar emocional e adotar políticas que incluam a sustentabilidade e um ambiente de trabalho saudável. Isso vai além da oferta de serviços de saúde mental: ações como conscientização ambiental e projetos de sustentabilidade ajudam a reduzir a sensação de impotência diante das crises climáticas.

Além disso, a IA exige que as empresas ajudem os jovens a se prepararem para as mudanças no mercado de trabalho. Fomentar uma cultura de aprendizado ao longo da vida e oferecer programas de requalificação e treinamento contínuo, são maneiras de trazer mais segurança aos jovens sobre seu futuro profissional.

Ações voltadas à diversidade e inclusão também são fundamentais, pois garantem que os colaboradores se sintam respeitados e valorizados, e um ambiente de trabalho mais equilibrado e acolhedor.

A figura de Fobos

Nesse cenário, a figura de Fobos, deus do medo na mitologia grega, que acompanhava seu pai, Ares, incitando o terror nos antigos guerreiros gregos antes da batalha, serve como poderoso símbolo para compreender o aumento alarmante de casos de depressão e esgotamento. Pode ser visto como uma personificação das ansiedades existenciais, representando o medo difuso que paralisa muitos jovens diante das incertezas globais Tais transtornos, que têm raízes no estresse crônico e na sensação de impotência, são alimentados por uma série de fatores interligados, particularmente pelo medo em relação ao futuro.

O burnout, caracterizado pelo esgotamento extremo e sensação de estar travando uma batalha interminável contra forças que parecem incontroláveis, é um reflexo moderno desse temor constante. Como na mitologia grega, onde os heróis precisavam confrontar seus medos para superar os desafios, os jovens de hoje precisam encontrar maneiras de lidar com essas ansiedades através da resiliência emocional ou, se necessário, do apoio social e psicológico.

Referências:

Hospital Israelita Albert Einstein. (2024). Ansiedade, depressão e burnout: como tratar transtornos psicológicos. Disponível em: https://vidasaudavel.einstein.br.

Beazley, M. (2020). Fobos na mitologia: o deus do medo e seu impacto na psicologia moderna. Psicologia em Debate, 34(2), 245-260.

Publicidade

Compartilhe

Veja também