Mudar o mundo: que os bons comecem

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Opinião

Mudar o mundo: que os bons comecem

As grandes transformações são resultado de coragem e simples atitudes


7 de novembro de 2022 - 15h00

Crédito: Divulgação

“Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada”; a famosa frase de Edmund Burke nunca fez tanto sentido. O mundo precisa que os bons ajam. Mas nós, que nos consideramos boas pessoas, fazemos algo ou apenas cobramos mudanças e ações dos outros? Será que em nossas pequenas ações no dia a dia reproduzimos a bondade que vemos em nós?

Hoje, se fala muito em ativismo e lutar por causas ativistas como uma forma de buscar um mundo melhor, isso provoca uma reflexão: afinal, o que é ser ativista? Talvez você pense que é apenas quem vai para as ruas para conquistar direitos, mas ativismo é mais do que isso, envolve também a forma de agir no dia a dia em coerência com essas causas. E, se quisermos que essas mudanças contornem o futuro das novas gerações, precisamos falar e agir hoje.

Pesquisa realizada pela Ipsos revela que o que mais queremos é transformar os pequenos atos em decisões que comecem a fazer uma mudança e a diferença real no mundo. Denominada “How much is the world yearning for change after the Covid-19 crisis?”, a pesquisa foi realizada para o Fórum Econômico Mundial em 2020, e revelou que nove de cada dez brasileiros desejam um mundo mais justo e sustentável pós-pandemia.

O mundo precisa de pessoas que coloquem em ação temas que façam sentido para a sociedade. Nós precisamos de norte, de algo que nos faça acreditar que nossa existência tem propósito e valor, e que deixaremos para as futuras gerações um mundo melhor do que conhecemos. Ou pode nem haver mundo para elas. Sem dúvida não podemos mais agir como antes, sem pensar nos impactos que nossas vidas, nossas decisões e o que consumimos causa ao planeta. Precisamos ser melhores e conversar sobre isso, e mais do que conversar, começar realmente a pôr em prática.

Provavelmente, falta a cada um incentivo para colocar a mão na massa, para fazer melhores escolhas e ter atitudes, para que a transformação real comece a partir daí. A The Body Shop começou exatamente assim, com uma mulher britânica insatisfeita com os padrões estéticos impostos pela sociedade e por uma indústria de beleza comandada por homens. Anita Roddick fundou a marca em 1976 e colocou nela tudo que acreditava enquanto mulher, defensora dos animais e cidadã preocupada com os rumos do mundo.

A marca nasceu com um propósito de dentro para fora, sendo pioneira em não testar em animais e lutar ativamente contra isso até mesmo na ONU. Desde seu início, criou um programa de Comércio Justo com Comunidades, proporcionando melhores condições para dezenas de comunidades em muitos países. E claro, sempre lutou a favor do empoderamento feminino e da aceitação de todos os corpos, do autoamor e cuidado, quando ninguém ainda falava sobre isso. É sobre começar de algum lugar, convictos desses valores, e assim começamos.

Hoje, continuamos provocando isso nas pessoas, pois queremos mais do que consumo, queremos ativismo, ação, engajamento de parte delas. E mais do que posicionamento em causas importantes, queremos demonstrar que isso é possível no seu dia a dia. Desde dar um bom dia a alguém no elevador (e acredite, muitos não fazem esse simples gesto de educação), dar passagem a alguém no trânsito, até fazer parte de grupos sobre temas específicos que sejam importantes para você. Mas é preciso fazer. É de pouquinho que a gente chega lá.

Não adianta nos preocuparmos apenas com as mudanças na sociedade, precisamos desejar e ser a mudança em nossas comunidades, em nossas casas, em nossas próprias vidas. É assim que conseguiremos ver as mudanças realmente acontecendo no coletivo, sabendo que fazemos a nossa parte. Ainda hoje, cada pessoa pode dar esse passo. Comece a separar o lixo para reciclagem, doe uma roupa que você não usa mais. Amanhã, julgue menos, escolha um dos preconceitos que já está sentindo que não combinam com você e comece a agir de forma diferente, escolha melhor o que consome e de quem consome. Depois, converse sobre isso com alguém, para que outra pessoa possa começar também. Aos poucos eu consigo, você consegue, seus amigos conseguem. E quando a gente for reparar, essa mudança que queremos ver no mundo, essa força que buscamos, estará em nós.

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