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Opinião

Nada do que foi será o mesmo que já foi um dia…

O que emerge agora é uma possibilidade de viver de outro jeito


16 de outubro de 2019 - 6h00

(Crédito: istock)

“O mundo está perdido”. “Está tudo do avesso”. “No meu tempo não era assim”. Já ouvi e, provavelmente, já falei essas frases algumas vezes. Será que essas expressões demonstram saudosismo ou, por meio delas, reconhecemos que o passado é um baú repleto de coisas boas?

Muitas vezes, quando entro em sala de aula para exercer umas das funções que mais amo e preso na vida, a de ser professor, minha memória me leva àquelas quatro paredes rabiscadas e àquela carteira descascada onde sonhava com meu futuro. Eu não sabia, mas, a cada aula, a cada lição, ia criando os alicerces de quem sou hoje, inclusive exercitando o papel de professor.

Além de mestre, minhas experiências me levaram a um outro papel: o de ser empreendedor e profissional de mídia. E, nessa função, será que meus pensamentos retornam àquela escola onde dei meus primeiros passos no mundo da comunicação? Creio que mergulho em uma onda ainda maior, a onda da minha infância, adolescência e da juventude.

Ah! Se eu pudesse voltar no tempo… Traria, sim, de volta, saberes, sabores, aromas, imagens que me trazem conforto e felicidade. Será que essa é uma viagem só minha? Não!

Esse desejo de retomar nossas origens e valores humanos ficou escancarado no último evento da Youpper Insights, que acaba de completar três anos. No encontro realizado dia 11 de outubro, no Shopping Parque da Cidade, dividimos o palco com Aimar de Paula (chef e empresário), que falou de memória afetiva; Simone Berti (presidente do Instituto Chefs Especiais), que ressaltou a importância de parcerias com marcas com propósito; Stella Pinheiro (gerente de marketing do Shopping Parque da Cidade), que compartilhou conosco como se coloca em prática os pilares da sustentabilidade em um equipamento de varejo; Ubiraci Pataxó (educador e terapeuta), que dividiu conosco sua sabedoria dos povos originários; e Pai Francisco de Oxum, mestre espiritual que nos fez concluir que as transformações começam primeiro dentro da gente.

Nessa minha jornada de construção do conhecimento, que começa lá na minha infância, passa pela minha vivência profissional e é ampliada na função de professor, me deparo com um novo conceito no mercado: a newstalgia. De cara, amei. Isso é nada mais nada menos do que usar na comunicação e na publicidade de hoje o que nos encantava no passado. É como dar sustentabilidade às nossas crenças, criatividade e capacidade de inovação. Inovação? Sim, inovação! Não é porque uso elementos antigos em uma peça de comunicação que deixo de ser inventivo e inovador. Porque nada do que foi será o mesmo que já foi um dia!

O que emerge agora pode ser entendido como uma suave mistura entre nostalgia, essa saudade do que se viveu, com um sentimento que se aproxima da melancolia: uma possibilidade de viver de outro jeito, melhor, algo que passou por mim no passado. É sobre a saudade de um passado conhecido, do que já foi acessado, mas diferente do hoje. O desejo de resgate do que fez feliz, mas também a saudade do tempo da infância, de lembranças que têm um ritmo diferente, mais lento, em contraposição ao mundo que vai cada vez mais rápido. E a gente corre pra não perder o bonde… Ou seria para não perder o foguete?

**Crédito da imagem no topo: Reklamlar/istock

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