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Não tem famoso no camarote do BBB23?

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Opinião

Não tem famoso no camarote do BBB23?

Conceito de marketing de influência explica o que é ser camarote no reality; foco em comunidades é estratégico dentro do programa


3 de fevereiro de 2023 - 6h00

Bandeira brasileira e BBB

Não há certo ou errado, mas tudo depende de qual é a estratégia que você quer focar para o seu negócio ou mesmo dentro de um reality show (Crédito: Shutterstock)

O Big Brother Brasil (BBB23) começou há uma semana e, antes mesmo da estreia, era possível ver muitas críticas perante a escolha do elenco do camarote. Há quem diga que não tem nenhum famoso de verdade dentro da casa. Até mesmo os próprios participantes ficam confusos para determinar quem é quem dentro do reality. Mas por que será que o diretor do programa, Boninho, decidiu seguir por esse caminho nesta edição? O que significa ser do camarote do BBB?

Bruna Griphao fez 8 novelas, é atriz desde criança e estrelou em 5 filmes nos cinemas. Fred Nicácio é um médico que influencia a negritude a alcançar seus objetivos dentro das redes sociais – além disso, foi um dos apresentadores da primeira temporada da versão brasileira do reality Queer Eye Brasil (Netflix). Domitilla morou em uma comunidade do Recife até sua adolescência, e foi eleita Miss Alemanha, em 2022. Além de ser, ativista social de pautas como sustentabilidade, trabalho digno para mulheres da periferia e a arte como forma de mudança de vida. Aline Wirley movimentou a maior legião de crianças e adolescentes atrás de uma girlband composta por muita diversidade nos anos 2000. Fred é jornalista e criador do maior canal no Youtube de futebol do Brasil, o Desimpedidos, e movimenta mais de 10 milhões de seguidores em suas redes.

Tudo bem, mas até aí “eu não conheço”. E quem disse que para ser famoso tem que ser conhecido pela massa? Não é porque você não conhece que um participante não é influente. De acordo com o dicionário, Influência é a ação que alguém ou algo tem sobre outra coisa, ou seja, o poder, o controle ou a autoridade. Quando se diz que determinada pessoa é uma influência para as demais, significa que serve de modelo ou que exerce interferência sobre o modo de agir ou de pensar das outras pessoas, por exemplo.

O que eu acredito, então, é que a ideia para o camarote do BBB nesta edição é ter uma estratégia de influência focada em nichos. Assim, comunidades formadas por pessoas específicas são impactadas diretamente, ou seja, trazendo maior penetração em pautas, valores e questões para serem discutidas.

Mas isso dá audiência? A verdade é que tudo o que é novo e desconhecido pela grande massa causa repulsa no primeiro momento, mas, em seguida, há uma grande curiosidade para entender o que aquela comunidade tem a dizer. Ou seja, levando um Fred Nicácio para a televisão, por exemplo, muitas pessoas começam a entender uma bolha de um homem, gay, preto, médico, fisioterapeuta e muito mais.

Essa mesma lógica é utilizada dentro das estratégias de marketing de influência. Conversar com um público específico por meio de uma pessoa que exerce influência nessa comunidade é extremamente poderoso e de endosso legítimo. Dentro desses nichos, os influenciadores são as vozes que ajudam a reverberar diversas questões e, além disso, gerar intensa semelhança. Porém, não podemos dizer o mesmo de um grande artista que já é mainstream porque há um distanciamento da vida real das pessoas comuns.

Não há certo ou errado, mas tudo depende de qual é a estratégia que você quer focar para o seu negócio ou mesmo dentro de um reality show. O que importa sempre é o objetivo que se quer alcançar. Para mim, no caso do BBB, o objetivo é dar relevância a vozes que estavam pré-determinadas a um nicho e gerar conexão com outras bolhas – que, nas redes sociais, já são uma fortaleza.

Por isso, a escolha do Boninho foi assertiva e condizente com o caminho que o marketing de influência segue em 2023: foco em conversas dentro de comunidades específicas. E, sim, todos esses participantes são camarote porque têm conquistas brilhantes em suas jornadas, que precisam ser disseminadas para outras bolhas e, por enquanto, a TV aberta é o melhor lugar para isso.

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