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Opinião

Negócios muito além da mídia

A aquisição da Eletromidia pela Globo é emblemática, não apenas pelo porte da transação, mas também pela convergência inédita entre comunicação e o mercado financeiro


7 de novembro de 2024 - 6h00

Nas últimas horas, fomos impactados pela notícia da aquisição da Eletromidia pela Globo; semanas atrás, um percentual da Neooh pelo UOL; e, não muito tempo antes, fusões e aquisições entre players digitais marcaram a evolução do mercado. Esse tipo de movimento multiplica cada vez mais as conexões entre mídia e negócios, transformando a comunicação em um ativo estratégico não somente da marca, mas da empresa.

A aquisição da Eletromidia pela Globo é emblemática, não apenas pelo porte da transação, mas pelo que representa: uma convergência inédita entre comunicação e o mercado financeiro. Ao integrar estruturas de controle, bolsas de valores e participação acionária, a publicidade transcende seu papel tradicional, não somente influenciando negócios, mas tornando-se o próprio negócio.

Essa união entre comunicação e estratégia de negócios tende a se tornar cada vez mais frequente. Com o crescimento da publicidade omnicanal e a complexidade da jornada do consumidor, o papel dos profissionais da área vai muito além de comunicar — ele passa a orquestrar ecossistemas e criar conexões que impulsionam o crescimento dos parceiros e, por consequência, da indústria como um todo. Parcerias como a da Eletromidia com a Globo, combinadas com a força dos anunciantes, constituem um ecossistema robusto e sinérgico, com oportunidades que extrapolam a comunicação e amplificam o impacto das empresas no mercado e ajudam muito a dor de muitos, a mensuração.

Os números confirmam essa tendência. Em 2023, o investimento em OOH no Brasil cresceu cerca de 30%, impulsionado pela retomada da circulação nas grandes cidades, consolidando o OOH como um canal essencial para as marcas. Com a infraestrutura de dados e conteúdo da Globo, o OOH ganha uma nova camada de personalização e segmentação, permitindo que as marcas se comuniquem de forma mais eficaz e contextualizada, impactando o público certo, no momento certo. Imagine uma proposta de patrocínio de uma transmissão como o futebol, que inclua essa omnicanalidade e amplifique a rentabilidade para as marcas anunciantes? Menos pontos de contato no processo, melhor mensuração e muito mais rentabilidade.

Para o setor, esse movimento reafirma a comunicação como um componente estratégico e de valor real para os negócios. A publicidade, mais do que nunca, vai além de apoiar vendas e passa a consolidar o valor de mercado das marcas.

Claro, no curto prazo o mercado pode sentir o movimento, afinal dois players gigantes criam muita força nas negociações, mas no médio prazo isso potencializa novos players se consolidando e potencializando seus negócios. O mercado americano já viu e ainda vê isso acontecendo e não para de crescer. Veremos em pouco tempo um novo mercado.

Por fim, ver novos legados sendo construídos é inspirador. Da mesma forma que os Marinho representam uma referência histórica na comunicação, ver o Guerrero ocupando espaço nesse cenário emergente abre caminhos e destaca a renovação de legados. Esse novo momento reflete a importância de uma liderança estratégica, com visão de longo prazo, que posiciona a comunicação como um pilar central no desenvolvimento de negócios — negócios muito além da mídia.

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