O grande momento

10 de dezembro de 2024 - 14h00

Principal momento de celebração da indústria de comunicação, marketing e mídia, o Caboré prova, mais uma vez, o potencial de renovação do setor, ao mesmo tempo em que consagra trajetórias de sucesso chanceladas pelo próprio mercado. Ao chegar à sua 45ª edição, é um raro exemplo de premiação que não apenas consegue se manter relevante por décadas, sem mudar suas características originais, mas, mais do que isso, evolui ao atrair a admiração das novas gerações de profissionais e empresas que oxigenam o setor.

A tradicional festa, realizada na quarta-feira, 4, no Espaço Monte Líbano, em São Paulo, também em comemoração ao Dia Mundial da Propaganda, reuniu, no coquetel e jantar, as principais lideranças da atividade no País e, no palco, manteve a principal característica do evento nos últimos anos: a renovação. Dos 14 vencedores, 11 nunca tinham conquistado o troféu em formato de coruja.

Foram premiados seis empresas e oito profissionais, sendo cinco mulheres — e, aqui também se repete um traço do Caboré nos últimos anos. Desde 2020, as categorias voltadas a profissionais tiveram como vencedores 30 mulheres e dez homens. Em 2024, mesmo na área ainda mais masculina do prêmio, a de Dirigente da Indústria da Comunicação, a vencedora foi uma executiva: Patrícia Muratori, diretora-geral do YouTube. Ela foi a segunda ganhadora nessa categoria nas 45 edições já realizadas, após Fiamma Zarife, atual diretora geral do Airbnb, que conquistou o troféu em 2020, quando comandava o Twitter (atual X).

Simultaneamente à abertura de espaços para o reconhecimento a novas lideranças, o Caboré continua sendo o principal palco para honrar o trabalho de pessoas e marcas consagradas pelos anos de contribuição à evolução da indústria, como foi o caso, em 2024, da Agência do Ano, a AlmapBBDO, que já tinha quatro corujas na estante, conquistadas em 2010, 2008, 2004 e 1997; e, ainda, de marcas globais icônicas para os segmentos nos quais atuam, como a Coca-Cola, que já havia ganhado o troféu de Anunciante em 2012, e a Netflix, que estreia com vitória como Plataforma de Conteúdo.

A emoção falou alto nos discursos de agradecimento dos vencedores, que, neste ano, explicitaram no palco o fato de o Caboré ser um reconhecimento que extrapola as linhas corporativas do mercado, impactando aspectos mais pessoais, como o orgulho da família. Dos muitos amigos e parentes presentes, duas pessoas de fora do mercado ganharam protagonismo: Renata Gomide, vice-presidente de marketing do Grupo Boticário, recebeu o troféu de Profissional de Marketing acompanhada da filha Pietra; e André Scaciota, superintendente de marketing e mídia do Itaú Unibanco, agradeceu o prêmio de Profissional de Mídia ao lado da esposa, Claudia Coelho.

Em um ano de perdas de personalidades significativas para a indústria, o Caboré homenageou o apresentador e empresário Silvio Santos, nome mais popular da história da televisão brasileira, e Octávio Florisbal, ex-diretor-geral da Globo, empresa na qual construiu uma história de 30 anos de trabalho. Ganhador do primeiro Caboré de Profissional de Mídia, em 1980, Florisbal nomeou, na edição realizada na semana passada, o troféu de Dirigente da Indústria da Comunicação, em reconhecimento à sua contribuição para a evolução do mercado brasileiro. Já o Caboré especial ao fundador do SBT foi o quinto da história do evento, após as homenagens a Mauro Salles (em 2007), Petrônio Corrêa (em 2010), Victor Civita (em 2013) e Washington Olivetto (em 2019) — outra grande perda para a indústria neste 2024.

Veteranos e referências do mercado em suas áreas de atuação, André Kassu, sócio e chief creative officer da CP+B, e Rita Almeida, head do Lab de Humanidades da AlmapBBDO, já haviam concorrido antes, mas conquistaram agora suas corujas de Profissionais de Criação e de Estratégia. Em seu discurso de agradecimento, Kassu recorreu a uma entrevista do ator Tom Hanks para se referir à transitoriedade dos acontecimentos da vida e lembrar que a sensação de se sentir no topo, como ao se conquistar um Caboré, é passageira, assim como outras alegrias e dores. Sua mensagem era de que o momento de comemorar os feitos de cada um de nós é agora.