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Opinião

O novo buscador do ChatGPT e você com isso

Como a nova funcionalidade de busca do ChatGPT está desafiando o domínio do Google e redefinindo as estratégias de marketing


12 de novembro de 2024 - 8h00

A transformação recente do ChatGPT em um mecanismo de busca no último dia 31 marca um ponto de inflexão significativo na história das buscas, desafiando o domínio de longa data do Google e prometendo alterar profundamente as estratégias de marketing e comunicação. Para falar a verdade, a história está passando diante de nossos olhos quando, pela primeira vez, o império do Google é ameaçado.

É verdade, entretanto, que até o momento as ameaças são apenas fumaça.

No último ano, o tráfego do Google cresceu 1,4%, na comparação maio contra maio, demonstrando que sua base de usuários continua robusta, apesar da introdução de ferramentas de inteligência artificial.

Em termos de engajamento, os usuários do Google realizaram, em média, cerca de 200 buscas por mês, enquanto os usuários do Perplexity realizaram apenas cerca de 15 buscas mensais. Esse contraste destaca a diferença no engajamento dos usuários entre as plataformas de busca tradicionais e as plataformas de IA.

Um outro estudo da Sonata Insights concluiu que apenas 1% dos usuários passaram a buscar exclusivamente em plataformas de IA, mostrando que até o momento ela tem sido um complemento e não um substituto. Qualquer dado confiável que você analisar indicará que o mundo continua exatamente como estava até então.

Entretanto, a qualquer momento tudo pode mudar.

Guerra declarada aos buscadores tradicionais

Historicamente, os mecanismos de busca evoluíram para se tornarem mais sofisticados, começando com algoritmos simples que classificavam páginas principalmente com base em palavras-chave e backlinks.

Com o tempo, o Google, líder absoluto no setor, desenvolveu algoritmos complexos que consideram centenas de fatores de classificação, incluindo a qualidade do conteúdo, a experiência do usuário e a relevância. Esses algoritmos são tão sofisticados que não valeria a pena alguém competir contra ele, investindo bilhões de dólares em um algoritmo melhor.

No entanto, a introdução do ChatGPT como um mecanismo de busca interativo representa uma abordagem radicalmente diferente, focada em fornecer respostas diretas e conversacionais aos usuários. Mas é claro que o ChatGPT não está sozinho nisso, nem foi o primeiro a criar algo parecido.

Temos, aliás, o excelente Perplexity que, na visão de Aravind Srinivas, seu fundador e CEO, não compete diretamente com o Google porque não é um mecanismo de pesquisa, mas sim um mecanismo de respostas. Segundo ele, são duas coisas muito diferentes! A título de curiosidade, o modelo do Perplexity de citar as fontes em cada parágrafo foi inspirada em artigos acadêmicos. No AI Overview, o Google já copiou o recurso.

A favor do Google joga o hábito de consumo de bilhões de usuários mundiais. Marqueteiros que somos, sabemos o quanto é difícil mudar o hábito de consumo de uma pessoa, ainda mais em escala global. Mas é claro que nada é impossível e, como já comentei em outro artigo no Meio & Mensagem, ao meu ver o maior desafio para o Google é, mudando o padrão de buscas, mude o modelo extremamente lucrativo de links patrocinados.

O Google não quer que a mudança aconteça, mas certamente a mudança é inevitável.

E o marketing? E o SEO?

Uma pergunta muito recorrente para mim é quanto ao impacto potencial no tráfego dos sites: “com o ChatGPT oferecendo respostas diretas e interativas, a necessidade de visitar múltiplos sites para encontrar informações pode diminuir?”

Sim, isso tende a acontecer porque mais respostas serão encontradas dentro dos próprios buscadores (assim como cada vez mais acontece, logo, isto não é uma novidade.) Mas a necessidade de se aprofundar continuará existindo.

Toda essa mudança tende a resultar em uma queda lenta e gradual no tráfego orgânico para muitos sites, especialmente aqueles que dependem de cliques em resultados de busca muito informativas e superficiais (que, cá entre nós, nem é um clique muito qualificado). Em isso acontecendo com a busca orgânica, será inevitável acontecer com a paga e é por isso que o império do Google é ameaçado.

No entanto, essa mudança também pode abrir novas oportunidades para otimizar conteúdo de forma a ser mais relevante e visível nas respostas geradas por IA. Ou ainda, e o que eu acho mais importante: conseguir estar presente na jornada de compra que vai acontecer via IA, com a presença da sua marca.

Em um mundo de commoditização da informação, ter uma marca que gera valor será cada vez mais importante. Em última análise, o valor do clique aumentará pois ele vai estar mais escasso. Teremos menos cliques, porém cliques muito, muito mais qualificados.

Tudo mudará. Menos o essencial.

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