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O otimismo volta à Black Friday!

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Opinião

O otimismo volta à Black Friday!

Para entender completamente por que a Black Friday está parecendo tão brilhante este ano, temos que olhar para 2022 e as razões para resultados tão abaixo dos de 2021


23 de novembro de 2023 - 6h00

O clima é de otimismo! O mercado tem expectativas elevadas em relação à Black Friday de 2023. Segundo dados da Neotrust, apenas em termos de comércio eletrônico, a data deve movimentar R$6,92 bilhões. Trata-se de um aumento de 12,6% em comparação a 2022, quando a Black Friday teve um desempenho abaixo do esperado. As vendas online, que haviam chegado a R$ 7,99 bilhões em 2021, despencaram para R$ 6,15 bilhões. Já de acordo com pesquisa do Google, o consumidor brasileiro irá encarar a Black Friday deste ano com postura mais madura.

Os consumidores entrevistados para a pesquisa afirmam que pesquisam preços em seis canais, em média, antes de decidir fazer uma compra. Além disso, um em cada quatro consumidores espera gastar mais de R$ 1.000 nessa data, e duas em cada três pessoas farão algum tipo de compra. O aumento da confiança no poder de compra é um dos principais motivos citados na pesquisa do Google, fator destacado por 68% dos participantes, uma taxa 23% maior em relação a 2022.

Para entender completamente por que a Black Friday está parecendo tão brilhante este ano, temos que olhar para 2022 e as razões para resultados tão abaixo dos de 2021. Em geral, o segundo semestre de 2022 foi um período de eventos significativos. Tivemos eleições presidenciais realizadas em um cenário muito polarizado e uma Copa do Mundo disputada em novembro e dezembro, meses atípicos para a competição, que sempre acontecia no verão no hemisfério norte. A atenção das pessoas acabou sendo desviada das promoções, embora com algumas exceções, pois muitos esperaram até novembro para comprar TVs novas para assistir aos jogos da Copa do Mundo.

Este ano, enfrentamos um cenário diferente, pois não temos grandes eventos que possam competir pela atenção com a Black Friday. Além disso, encaramos problemas econômicos e altas taxas de juros. Em anos com essas características, a Black Friday tende a ser muito forte. O principal motivo é que, em situações como essas, os consumidores veem a data como uma excelente oportunidade para comprar itens mais caros com descontos. Portanto, possivelmente veremos um crescimento significativo nas vendas de bens de consumo, linha branca e eletrônicos, mas não nas categorias mais exclusivas, pois, mesmo com os descontos, eles ainda são muito caros para a maioria dos consumidores brasileiros. Assim, para os varejistas, será uma oportunidade para se livrarem de seus estoques de iPhone 13, por exemplo. São smartphones relativamente novos e atraentes. Ou seja, não será a Black Friday da explosão de vendas de produtos lançados recentemente, como o iPhone 15.

Quando falamos de novidades em termos de estratégia, veremos um aumento no uso de lives com influenciadores. Elas têm se mostrado muito eficazes para atrair consumidores em potencial, sejam elas realizadas com influenciadores de nicho ou para um público mais geral. Essas ações serão realizadas durante todo o mês de novembro, pois os varejistas têm preferido distribuir as vendas, em vez de concentrá-las apenas durante a data. O grande problema de uma Black Friday com excesso de vendas em um único dia são os efeitos nocivos na mecânica do próprio negócio, ou seja, a sobrecarga nos meios de pagamento, na logística e nos serviços de entrega. Como fazer com que um mês aconteça em um dia? Até alguns anos atrás, era um fato muito comum as reclamações dos consumidores sobre atrasos nas entregas ou itens errados e sites fora do ar. Mudar o foco da Black Friday para todo o mês de novembro mudou esse cenário.

As lives refletem um fato: os investimentos estão cada vez mais voltados para os canais on-line. Isso é natural e deve continuar. Como diferenciação, veremos o uso cada vez mais forte de mídias não convencionais, ou seja, um aumento de compartilhamentos em plataformas como TikTok e Kwai. O Facebook, o Instagram e o Google estão tentando seguir um caminho semelhante, investindo cada vez mais em formatos do tipo “curtas”.

Todos os pontos anteriores descrevem as semelhanças e diferenças que esta Black Friday terá em relação às anteriores. Mas há dois fatores que não mudarão para o varejista vencedor. O primeiro deles é que ele cuida de seu consumidor. E isso inclui ter uma operação perfeita, ou seja, dispor de um site responsivo e que funcione bem, além de uma logística exemplar. E, às vezes, o óbvio precisa ser dito, oferecendo promoções verdadeiras e relevantes. O segundo fator é ter todas as suas campanhas ativadas sabendo usar seu dinheiro da melhor forma possível, levando em conta as estratégias que mencionei anteriormente. Porque essa será uma Black Friday com um grande volume de negócios e uma concorrência acirrada, o que exige sabedoria e bom senso para se manter à frente da concorrência.

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