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Opinião

O que aprendemos

2021 se despede provando que indústria brasileira de comunicação, marketing e mídia é forte e resiliente, especialmente para empresas, marcas e profissionais que se portam como eternos aprendizes


21 de dezembro de 2021 - 13h01

Aprender é uma característica vital do ser humano, está entre aquelas que garantem a preservação da espécie. Para que o processo de aprendizagem ocorra, é preciso um estímulo que gere uma resposta equivalente, causando um aumento da adaptação do ser ao meio em que vive. Nos meios corporativos, com a transformação acelerada dos últimos tempos, se disseminou com mais intensidade o conceito de “lifelong learning”, que preconiza que o esforço do aprendizado deve ser ininterrupto, especialmente tendo em vista que muitas das habilidades profissionais que nos serão exigidas no futuro próximo ainda não existem hoje. O que, de certo modo, reforça o que a seleção natural sempre fez: quem não aprende, não assimila as mudanças e não se adapta a elas, fica para trás. No mundo andando em modo
Agile, empurrado pelo avanço da tecnologia e pela ampliação do acesso à informação, é preciso aprender ainda mais rápido e processar conhecimentos que interligam mais do que antes as esferas profissional, acadêmica e pessoal.

(Crédito: Panchenko Vladimir/shutterstock)

Paralelamente, em contraponto, o reconhecimento à necessidade vital para os negócios de mais inclusão colocou em cheque os processos guiados pela meritocracia, nos quais sempre ganham os privilegiados que largam na frente. Daí a necessidade de se avançar com aprendizagem constante, mas guiada pelas premissas acolhedoras de não deixar ninguém para trás e corrigir erros do passado. Neste sentido, todos aprendemos muito coma pandemia da Covid-19, que exige ações
pessoais para o bem coletivo. Foi um “estímulo” que nos obrigou a compreender o que não sabíamos, recordar coisas que havíamos abandonado e valorizar aspectos essenciais da vida.

Se os últimos dias de todos os anos sempre inspiram reflexões em muitos de nós, essa é a hora de nos perguntarmos: o que aprendemos em 2021? Entre tantas coisas que cada um de nós pode listar, está a reafirmação do poder da ciência. Entre os momentos marcantes de nossas vidas neste ano está o da vacinação. Algo até então prosaico para a maioria de nós, que jamais nos lembraríamos das ocasiões em que fomos vacinados anteriormente se não olhássemos nossas carteirinhas.

O ano que chega ao fim também nos ensinou que é possível conviver com empresas atuando em modelo híbrido, mas é preciso cuidado para que os ganhos de produtividade não gerem excesso de demandas, a ponto de comprometer a saúde mental de uma atividade que sobrevive de talento.

Em 2021, reafirmamos que a indústria brasileira de comunicação, marketing e mídia é forte e resiliente. Seja pelos três Grand Prix no Cannes Lions, a retomada nos negócios de fusões e aquisições, a mobilização contra pretensões de interferências censoras ou mesmo a construção de um novo ranking de agências de publicidade, mais confiável por somar os valores das autorizações de veiculação em mídia.
Nos eventos retomados com participação de público presencial, revivemos a alegria dos reencontros e o valor do networking.

Neste ano, fomos novamente alertados por diversas marcas de que é preciso combater preconceitos e convenções que insistem em barrar a evolução da sociedade, como fez o Mercado Livre em várias ocasiões recentes, como no filme “Novos Beijos Icônicos”, eleito pelos criativos consultados por Meio & Mensagem como a campanha do ano, um dos destaques do especial Retrospectiva publicado nas páginas 22 a 43. Mais uma vez, a redação se mobilizou nos últimos dias para produzir dez listas com dez itens em cada. Os fatos de comunicação,
marketing e mídia estão publicados sem ordem cronológica. Já os profissionais das respectivas áreas e as marcas mais criativas aparecem em ordem alfabética. O especial inclui, ainda, um compilado de frases ditas por dez dos inúmeros entrevistados por Meio & Mensagem durante o ano, os conteúdos originais em vídeo produzidos no período, além do resultado da eleição das dez melhores campanhas do ano, escolhidas por 85 criativos do mercado brasileiro, portanto, única das dez listas não definida por critérios editoriais.

Enquanto recordamos os aprendizados de 2021, lá no horizonte 2022 nasce cheio de desafios de negócios para empresas, marcas e profissionais, dúvidas em relação aos desdobramentos da Covid-19, esperanças de evolução no caminho da cura, apreensão em relação à eleição presidencial e torcida pela seleção na Copa do Qatar. E a certeza de que todos nós temos muito a aprender.

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