O que esperar de 2020? Nada. O que fazer em 2020? Muito
Em um contexto de transformação, é preciso criar disrupções que geram valor, com agilidade e escala
O que esperar de 2020? Nada. O que fazer em 2020? Muito
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Mais que apenas celebrar um Ano Novo, estamos fechando uma década (segundo a Real Academia Espanhola) ou abrindo uma nova (segundo o ISO 8601). Seja começo ou fim, agora é o momento para refletir sobre o que queremos para 2020 e 2030. Parece muito longe pensar sobre daqui a dez anos, mas, considerando a velocidade em que as mudanças acontecem, pode ser um bom exercício para seu negócio e para você.
Nos últimos anos, falamos sobre tendências, fizemos previsões, testamos, erramos, acertamos, mas também procrastinamos. Quem nunca? Pois bem, 2020 pode ser a motivação que faltava para realizar muitas coisas que ficaram pelo caminho na jornada de transformação ou até para concluir aquelas que já deveriam estar prontas.
Numa viagem à China há quatro meses, tive a oportunidade de ver empresas e pessoas que executam no presente e pensam no longo prazo. E que escalam com velocidade. A Suning, uma das maiores varejista da China, com 15 mil pontos de venda, por exemplo, já chegou a abrir 350 lojas no mesmo dia. Na verdade, são empresas que nasceram no varejo, mas hoje fazem parte de um ecossistema maior.
Lá, as empresas deixaram de atuar limitadas a um setor ou capacidade instalada, os conglomerados, para atuarem em soluções cada vez mais holísticas às necessidades do consumidor, formando ecossistemas. É como se as empresas que fragmentavam as necessidades das pessoas pudessem vê-las de maneira integral. É possível enxergar essa mudança de mindset, por exemplo, no mercado imobiliário: cada vez mais, a oportunidade de negócio não é alugar ou vender imóveis, mas oferecer soluções em toda a jornada do consumidor que busca moradia.
No mundo dos ecossistemas, a soma das partes é maior do que o todo. A consultoria McKinsey, por exemplo, prevê que, em dez anos, as empresas não vão mais concorrer com seus pares da indústria, mas com ecossistemas de negócios com dimensões diferentes. Ou seja, agora os varejistas não competem mais com seus pares, mas passaram a competir por experiência. O consumidor define suas expectativas a partir da melhor experiência que tem à sua disposição e ela deve ser o benchmark das empresas.
Em um contexto de transformação, é preciso criar disrupções que geram valor, com agilidade e escala. Se já inventaram o elevador, por que me obrigam a subir de escada? Se eu posso fazer um pagamento em um clique, por que outro site ou app me obriga a pegar a carteira, o cartão e digitar aquele monte de números?
Agora, o que torna tudo isso executável e acionável mesmo? Pessoas. Eu, você, seu colega ao lado, a liderança e todos à sua volta. A tecnologia é apenas um fio condutor de tudo isso. Não adianta colocar a culpa na empresa ou em sua cultura se não tivermos a capacidade de impactar nossos colegas ou líderes com mindset de crescimento, inovador, baseado em dados (sim, estamos na era deles, certo?). A transformação só acontece com essa mudança de mindset, incluindo o nosso.
Então, antes de pensar no curto e longo prazo do seu negócio, como estão seus planos? Já fez a famosa faxina de armários, papéis e desapegos de 2019? E do seu mindset? Já desapegou dos velhos conceitos e preconceitos? Você limpou sua mente para dar espaço ao novo, ao que você resistia? 2020 é o ano para executar tudo que tem aprendido no seu presente. Assim garantirá o que vem a seguir e as metas de longo prazo para 2021, 2025 e 2030.
*Crédito da foto no topo: Slavemotion/iStock
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