O que fica quando o Instagram acabar?
A experiência humana além das telas reafirma que é crucial construir uma carreira sólida e duradoura no offline
A experiência humana além das telas reafirma que é crucial construir uma carreira sólida e duradoura no offline
Na campanha de final de ano do banco Itaú, perguntas feitas para a inteligência artificial são respondidas por personalidades que fazem história na cultura e no esporte brasileiro: Fernanda Montenegro, Fernanda Torres e Rebeca Andrade. Questionamentos esses extremamente subjetivos – próprios de sujeitos – que só podem ser respondidos por meio da experiência sensorial, empírica, aquela do offline.
Essa mesma reflexão sobre quem somos quando deslogados emergiu de forma polêmica na última semana, quando uma planilha avaliando anonimamente o trabalho de creators movimentou as redes. O documento trazia um olhar crítico sobre influenciadores, atrizes, cantores e apresentadores para além das telas. Relações interpessoais, o profissionalismo com as entregas, a troca com o time das marcas contratantes foram abordadas – e avaliadas. A divulgação dessas informações levanta um debate sobre a profissionalização desse mercado e o modus operandi dessas personas fora das redes sociais. Quem somos no offline?
No alvorecer deste 2025, fomos surpreendidos pelas mudanças nas diretrizes de checagem de informações da Meta. Mark Zuckerberg anunciou o fim do sistema de verificação de fatos e a adoção do modelo de “notas da comunidade” – recurso semelhante ao já utilizado pela plataforma X (antigo Twitter) e que transfere para os usuários a responsabilidade de identificar e sinalizar conteúdos prejudiciais.
O mercado de influência e conteúdo nas redes sociais movimentou, globalmente, US$ 250 bilhões em 2023. Segundo a mesma pesquisa da Goldman Sachs, a Creator Economy poderia atingir até US$ 480 bilhões em 2027. Mesmo assim, neste momento, no mercado de influência sobram incertezas. No Brasil, o total de marcas que investem acima de R$ 1,5 milhão em campanhas com creators caiu de 28% para 19%, entre 2023 e 2024 – segundo dados da pesquisa ROI & Influência (YouPix e Nielsen).
Se antes debatíamos os próximos passos da influência olhando majoritariamente a relação marcas-creators, hoje, o futuro das Big Techs passa a compor essa trindade. A permanência e atuação de marcas e instituições nas redes sociais, os investimentos em marketing digital, o uso por parte do usuário – e consumidor – geram dúvidas. Mas sobra uma certeza: a vida digital é frágil.
Mensurado em números e engajamento, no palco montado pelas Big Techs, o digital não oferece garantias, e muito menos permanência. Nele, legado não é sinônimo de seguidores. Construir uma carreira, ser referência em um campo de atuação, ter coreografia social no mundo real não acontece após a viralização de um video possibilitada pelo algoritmo. História requer tempo e constância. Quando o Instagram acabar, ainda seremos influentes? As Fernandas e a Rebeca certamente.
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