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Opinião

O que mudou em 70 anos?

Foram necessárias décadas para testemunharmos a conquista de um Leão de Cannes por uma diretora de criação negra


4 de julho de 2023 - 6h00

Diversidade nas empresas

É fundamental que nossa indústria se comprometa com a diversidade, inclusão e igualdade de oportunidades (Crédito: Shutterstock)

Você já parou para refletir sobre todas as mudanças ocorridas no Brasil nos últimos 70 anos? Para começar, o veículo que tanto adoramos, o Meio&Mensagem, não existia, pois sua primeira veiculação ocorreu há 45 anos. Já nos veículos da época, eram encontradas campanhas como o “O petróleo é nosso”, da Petrobras, que em 1953 recebeu críticas e elogios, e, nas mesmas revistas e jornais, era comum encontrar anúncios que exaltavam o prazer de bebidas gaseificadas, mulheres pedindo presentes úteis (patrocinados por marcas de panelas de pressão) e os benefícios dos cigarros, com modelos atraentes usando gravatas borboleta.

Na televisão de 1953, assistíamos ao noticiário “Repórter Esso” e à inauguração da TV Record, com um luxuoso lançamento que contou com shows de Dorival Caymmi, Elizeth Cardoso e Inezita Barroso.

No mesmo ano, em um galpão no bairro do Ipiranga, em São Paulo, no dia 23 de março de 1953, foi produzido o primeiro Fusca em solo nacional.

Na Riviera Francesa, também em 1953, nasceu o renomado Festival de Criatividade de Cannes.

Setenta anos após esses acontecimentos, a televisão não morreu, mas teve que passar por diversas adaptações para se manter em harmonia com o mundo digital. Músicas são ouvidas por meio de dispositivos que cabem no bolso e em aplicativos onde você pode encontrar qualquer artista do Brasil e do mundo com apenas um clique.

O Brasil, que comemorou o início da industrialização, agora vê os serviços se tornarem sua principal commodity, enquanto a indústria continua com seus galpões repletos de tecnologia.

E acredite, foram necessários exatos 70 anos para testemunharmos a conquista de um Leão de Cannes por uma diretora de criação negra, um marco para a diversidade e inclusão em nosso mercado.

Gabriela Moura se tornou pioneira ao ilustrar os livros de histórias e imaginário dos novos publicitários que inundam as salas de aula do Oiapoque ao Chuí, sonhando com o rugido do leão francês.

A conquista de Gabi Moura não é apenas motivo de celebração para ela e sua equipe na Soko, mas também para toda a comunidade criativa brasileira. Ela é uma inspiração para os jovens talentos que almejam uma carreira na publicidade, podendo encontrar em Gabi um exemplo a ser seguido.

É fundamental que nossa indústria se comprometa com a diversidade, inclusão e igualdade de oportunidades. Gabi Moura não apenas quebra barreiras, mas também nos lembra da importância de ampliar a voz de talentos diversos e valorizar suas contribuições únicas para o cenário publicitário.

Que venham outras Gabi Moura nos próximos 70 anos do Festival de Cannes! E espero estar aqui para comemorar com você, caro leitor.

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