O valor da opinião
A curadoria da mídia deve se contrapor à verborragia ruidosa das redes sociais
A curadoria da mídia deve se contrapor à verborragia ruidosa das redes sociais
Em uma época em que se cobram posicionamentos até mesmo de empresas e marcas a respeito de temas da sociedade, a opinião das pessoas nunca foi tão exposta. Nunca soube-se tanto o que os outros pensam — ou dizem pensar. A internet e as redes sociais nos colocam em contato diário, por vezes independentemente da nossa vontade, com as mais variadas opiniões sobre inúmeros assuntos, alguns dos quais muito distantes do nosso dia a dia. Todos falam sobre tudo o tempo todo, e deixam em muitos leitores seguidores a sensação de tempo perdido.
Se, por um lado, temos de comemorar a ampliação da liberdade de expressão, por outro, é preciso reconhecer que essa vitória também gera problemas e causa muita confusão. A disseminação de opiniões atende em grande parte o desejo de muitas pessoas de serem ouvidas, o gosto pelo debate de tantas outras e alimenta a sensação de provocar discussões virtuais. Em muitos casos, e esse tem sido um assunto recorrente, a enorme difusão de opiniões da atualidade até afasta amigos, que conviviam bem, mas não suportam a exposição diária aos pensamentos diferentes do outro.
Aprofundando-se no tema, a agência Nova/SB divulgou neste mês levantamento sobre a intolerância nas redes sociais no Brasil, concluindo que o problema é resultado das desigualdades e preconceitos sociais do País e reconhecendo que, embora não seja uma invenção da internet, a mídia digital estimulou e ampliou o alcance de manifestações nocivas, especialmente pela sensação de um pretenso anonimato.
A opinião é também algo fundamental para a mídia. Além dos meios digitais, o jornal e o rádio, por exemplo, são plataformas que privilegiam o conteúdo opinativo e costumam manter times de colunistas fixos, que garantem boa parte de suas audiências e índices de leitura. A diferença aqui é que, ao contrário do território livre e sem mediação das redes sociais, há uma curadoria de editores e autores, geralmente especialistas que dominam os assuntos sobre os quais discorrem.
Para o Meio & Mensagem, a pluralidade dos textos publicados semanalmente na seção Opinião ajudou a consolidar a credibilidade que a marca constrói há 38 anos. Mais recentemente, desde a estreia do novo site, em abril, a área foi uma das que mais ganharam audiência, relevância e repercussão nas postagens nas nossas redes sociais.
Nesta área de Opinião do site, já são mais de 200 artigos de cem autores publicados em quatro meses — aos quais se somam ainda os muitos textos opinativos do ProXXIma e das coberturas especiais das edições de 2016 do SXSW e do Festival de Cannes, que, juntas, tiveram mais de 310 posts de cerca de cem colaboradores convidados.
É um acervo que faz de Meio & Mensagem o mais relevante curador de ideias, tendências e debates dos mercados de comunicação, marketing e mídia. Daí o enorme interesse dos profissionais em verem seus textos publicados. Entretanto, a maior parte das sugestões que chegam à redação é descartada. Antes de publicar os artigos, nossa equipe de jornalistas, editores e revisores os submete a uma prova com barreiras e filtros que dura geralmente um mês — claro que, diante de temas mais urgentes, o processo é acelerado. A procura é pelos mais bem embasados, e também por contundência capaz de conectar o leitor nessa difícil época de atenções dispersas.
Desde a estreia do novo site de Meio & Mensagem, em abril, a área de Opinião foi uma das que mais ganharam audiência, relevância e repercussão nas postagens nas nossas redes sociais. Já são mais de 200 artigos de cem autores publicados em quatro meses
Além de serem inéditos e exclusivos, os artigos selecionados por Meio & Mensagem precisam incitar discussões e debates de temas importantes da indústria. Embora os assuntos sejam de livre escolha dos autores, há uma regra básica de não divulgar a empresa nas quais trabalham nem serviços específicos que prestem.
Há colunistas frequentes que publicam apenas no site e já conquistaram a nossa audiência, como o líder de marketing e comunicação da IBM, Mauro Segura (seu post “O dilema dos millennials” foi um dos assuntos mais comentados da semana passada). Outro exemplo é o prata da casa Igor Ribeiro, editor do Meio & Mensagem que também é cartunista e publica atualmente na área de Opinião do site a série Design Inking (recomendo o episódio mais recente, “Stranger Agency“).
O objetivo final é apontar caminhos, apresentar tendências e provocar reflexões em relação aos principais temas que envolvem a comunicação, o marketing e a mídia, e as inúmeras atividades atreladas a esses mercados, oferecendo a você, caro leitor, aqui e na edição impressa, análises bem mais profundas do que se vê com frequência na verborragia ruidosa das redes sociais.
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