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Opinião

Periferias criativas: oportunidade de ouro a marcas com propósito

Muitos desses lugares são polos de inovação aos quais as marcas, apesar do mercado saturado de mensagens genéricas, não se atentam


6 de dezembro de 2024 - 14h00

A comunicação e a publicidade vivem um momento crucial de transformação. Em um mercado saturado de mensagens genéricas, as marcas enfrentam um grande desafio: como se conectar de maneira autêntica com públicos diversos e, ao mesmo tempo, gerar impacto social? A resposta pode estar na periferia, que tem se consolidado como um dos maiores polos de inovação cultural e criativa do país.

As periferias brasileiras movimentam cerca de R$ 200 bilhões por ano, essas comunidades abrigam uma população predominantemente jovem, conectada e engajada, que consome conteúdo e produtos que dialogam com suas realidades e aspirações. Além disso, essas regiões são celeiros de cultura e inovação, responsáveis por tendências que impactam diretamente o mercado nacional, como o funk, o rap e a moda periférica. Apesar desse enorme potencial econômico e cultural, ele ainda é subestimado ou mal explorado por muitas marcas.

Uma publicidade inclusiva não é apenas uma questão de representatividade simbólica. Ela envolve incorporar vozes, linguagens e estéticas próprias das periferias no processo criativo. Isso significa enxergar esses territórios como cocriadores de valor, e não apenas como mercados a serem explorados.

Muitas marcas enfrentam desafios ao se conectar com as periferias, como a falta de compreensão das dinâmicas sociais, culturais e econômicas desses territórios, que pode levar à reprodução de estereótipos, que pode ser superada por meio de pesquisas locais, imersão cultural e parcerias com lideranças comunitárias; a ausência de uma rede de colaboração com produtores, artistas e empreendedores periféricos, resolvida ao construir relacionamentos genuínos e parcerias com agências especializadas; e o receio de investir em territórios fora dos grandes centros, que pode ser mitigado ao pilotar ações de menor escala para testar impacto e depois expandir iniciativas bem-sucedidas.

A inclusão na comunicação deve se traduzir em impacto real, com ações práticas como investir em serviços de produção local e na contratação de profissionais periféricos, criar programas de capacitação e mentoria para jovens talentos das comunidades, e desenvolver campanhas que valorizem narrativas periféricas enquanto oferecem plataformas de visibilidade para seus protagonistas.

Marcas que desejam construir relevância e impacto sustentável precisam agir agora. A periferia não é apenas um mercado; é um movimento cultural e criativo que define tendências e conecta pessoas. Você está disposto a caminhar lado a lado com as periferias e cocriar um futuro mais inclusivo?

Entre em contato com coletivos, empreendedores e iniciativas locais para iniciar projetos transformadores. Apoie a economia criativa, invista em talentos periféricos e veja sua marca não apenas alcançar novos públicos, mas também deixar um legado positivo.

No final, marcas que se propõem a trabalhar com as periferias descobrem algo essencial: elas não estão apenas ampliando seu alcance, mas também fortalecendo a relação entre consumo, cultura e impacto social. É um caminho necessário, estratégico e, sobretudo, humano.

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