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Opinião

Política na inovação

Web Summit reafirma a importância do envolvimento da sociedade nos ambientes de transformação impulsionados pela tecnologia


8 de novembro de 2022 - 6h00

Mais de 70 mil profissionais, de 160 países; recorde na história do evento no total de startups (foram 2.296, de 94 países) e de investidores (1.081, de 60 nações); 1.050 palestrantes, divididos em 17 palcos. Em um encontro de números superlativos como o Web Summit 2022, são incontáveis os insights gerados nos participantes e no público que acompanha remotamente, assim como os negócios e ações que surgirão de encontros ou ideias ali fomentados.

Entre os diversos assuntos evidenciados na semana passada a partir do acompanhamento do que se dizia em Lisboa para o mundo, estão o teor político e social do uso da tecnologia, a menor disponibilidade de capital para financiar startups e o protagonismo da presença brasileira em festivais de inovação — o que coloca o País em evidência na retomada dos eventos presenciais internacionalmente, mas também reflete o ânimo interno pela volta de grandes encontros, seja no âmbito dos negócios ou do entretenimento.

No primeiro quesito, embora o grande momento tenha sido a presença da primeira-dama ucraniana Olena Zelenska (além da festejada participação de 70 startups daquele país), e a guerra da Rússia contra a Ucrânia seja a maior preocupação global do momento, em diversos painéis foram abordados outros aspectos, como as relações divergentes entre Estados Unidos e China; a urgência na diminuição de desigualdades, assunto tratado, entre outros, pelo ativista Siyabulela Mandela, bisneto de Nelson Mande-la; e até mesmo a eleição de Lula à presidência do Brasil, mencionada logo na abertura pelo CEO e fundador do Web Summit, Paddy Cosgrave.

Já a diminuição do apetite do mercado de venture capital pelas startups acirra a disputa pela atenção de investidores nos festivais de inovação. O que se viu no Web Summit é reflexo do que ocorre atualmente em diversas instâncias de negócios: buscas mais conscientes e exigências de planejamentos minuciosos antes de as estratégias das novas empresas serem colocadas em prática.

O protagonismo da presença brasileira, já observado em festivais de tecnologia e criatividade, se consolidou no Web Summit, não só com o País sendo o terceiro em quantidade de participantes, atrás apenas de Reino Unido e Alemanha, mas, especialmente, com a confirmação da edição brasileira do evento. Após contrato de três anos com a Connected Intelligence, holding que controla o festival, o Rio de Janeiro sediará o primeiro Web Summit fora da Europa no ano que vem, de 1º a 4 de maio, no Riocentro. A ambição do Rio, representado em Lisboa pelo prefeito Eduardo Paes, é tentar repetir em parte o que ocorreu em Portugal, que se tornou um hub tech nos últimos anos, atraiu investimentos e empresas e transformou o seu ambiente de negócios. Entretanto, há diferenças entre o que ocorre lá e o que ocorrerá aqui, especialmente no que tange ao financiamento do evento, que em Portugal é impulsionado por dinheiro público e no Rio dependerá de patrocínios.

Evidentemente, inúmeros outros assuntos foram tratados nos palcos e nos entornos da Altice Arena, local que concentra os seminários e feiras do Web Summit. Entre os quais, as diversas implicações da construção do metaverso, inclusive regulatórias; o avanço da criação de conteúdo pelos usuários das redes sociais e a perene transformação digital do marketing. Meio & Mensagem esteve presente em Lisboa com o editor Fernando Murad e as repórteres Thaís Monteiro e Carolina Huertas. As reportagens das páginas 40 a 44 resumem alguns dos temas aos quais nossa equipe se dedicou, na semana passada, mas um conteúdo mais abrangente está disponível no site especial meioemen-sagem.com.br/websummit, onde também é possível acompanhar as percepções, análises e sugestões de dezenas de profissionais atuantes no mercado brasileiro que participaram presencialmente do evento e de lá enviaram seus posts. O objetivo desse conteúdo é informar e inspirar você, caro leitor, a adentrar novos territórios e pensar o futuro com a mente ainda mais aberta.

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