Por que a acessibilidade precisa estar na cultura organizacional?

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Opinião

Por que a acessibilidade precisa estar na cultura organizacional?

Ao tornar um ambiente de trabalho inclusivo, a base de colaboradores será mais diversa, característica que aumenta a gama de ideias da empresa e, portanto, seu poder criativo


24 de setembro de 2024 - 6h00

A inovação, em suas diferentes formas, pode estar presente em praticamente todas as áreas de uma empresa. Será que ela é parte da cultura organizacional ou a cultura organizacional que gera inovação naquela empresa? A verdade é que um retroalimenta o outro. Muito se fala sobre inovação, pouco se comenta sobre acessibilidade dentro das empresas. São movimentos complementares e que muitas vezes se misturam.

Inovar significa literalmente produzir ou tornar algo novo e, embora muitas vezes seja atribuído à tecnologia, tendências estrangeiras ou até invenções mirabolantes, mas há um campo de soluções já existente e pouquíssimo explorado que é o universo da acessibilidade. A inovação se mostra em diferentes formas, mas ainda pouco quando pensamos em inclusão e acessibilidade para pessoas com deficiência. Para uma cultura organizacional ser bem-sucedida em todos os seus aspectos, ela precisa considerar a acessibilidade.

Investir em acessibilidade possibilita ampliar a cultura da empresa de maneira consciente e incluir as pessoas com deficiência: seja parte do público-alvo, da base de colaboradores, dos candidatos em processos seletivos e fornecedores/parceiros. Pessoas com deficiência estão presentes em todas estas esferas. A falta de acessibilidade nesse processo não faz mais sentido — nunca fez.

Já passou da hora das lideranças e gestores de empresas entenderem que acessibilidade não é assistencialismo. Atualmente, cerca de 18 milhões de brasileiros possuem deficiência, o que corresponde a 8,9% da população do nosso País. Por isso, as empresas também são responsáveis pela construção de um mundo mais acessível, ajudando a oferecer uma vida plena, sem as barreiras que impedem de usufruir produtos, serviços, eventos culturais, lojas, restaurantes e tantas outras experiências.

As empresas podem — e devem — considerar a acessibilidade como estratégia de negócio, é preciso estar entre os valores. É uma relação em que todos os lados envolvidos ganham, as pessoas com deficiência são acima de tudo consumidores, elas têm poder de decisão, poder de compra e uma vontade de consumir ainda muito ignorada pela maioria das marcas. E, diante deste cenário, a acessibilidade passar a ser não apenas fundamental, mas um diferencial.

Ao tornar um ambiente de trabalho inclusivo, com processos de seleção mais acessíveis, a base de colaboradores será mais diversa, característica que aumenta a gama de ideias da empresa e, portanto, seu poder criativo.

Além disso, ao unir inovação e acessibilidade, as empresas podem alcançar maior qualidade no desenvolvimento de produtos e serviços, representando uma melhoria de projetos, que se tornarão acessíveis para mais pessoas, e dessa maneira poderão aumentar o número de consumidores em contato com a empresa/marca.

Ou seja, a acessibilidade é parte fundamental para o funcionamento ainda mais justo de uma empresa. E para iniciar, sugiro a criação de um diagnóstico dos processos e consequente desenvolvimento de um guia de acessibilidade, sempre com o documento atualizado e vivo. É essencial também o treinamento de conscientização e capacitação com toda equipe (não adianta ter apenas um guardião da acessibilidade ou um núcleo de diversidade, pois acessibilidade é parte do trabalho de todos. Entenda como adequar os processos da empresa para incluir a acessibilidade, seja na criação de conteúdo, na campanha publicitária, no desenvolvimento de produtos e serviços, no processo de recrutamento e seleção.

Acessibilidade, inclusão e representatividade precisam fazer parte dos valores da empresa, da comunicação, do relacionamento com os clientes, do comportamento das lideranças, do produto e serviço. É um movimento de evolução constante que não pode retroceder.

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