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Opinião

Por um motivo melhor para gerar experiência

Será que estamos realmente entendendo esse consumidor errático, volátil, imprevisível e fragmentado?


6 de julho de 2016 - 12h23

Toda vez que me aventuro em alguma imersão, como no caso do Tomorrowland ou em discussões com jovens sobre rede sociais, coloco a seguinte pergunta: afinal de contas, o que é experiência em marketing? Será que estamos mesmo entendendo o que é experiência ou que tipo de experiência o consumidor quer para sua vida?

Será que estamos realmente entendendo esse consumidor errático, volátil, imprevisível e fragmentado? Lipovetsky, autor do livro “A Cultura Mundo: resposta a uma sociedade desorientada” identifica esse indivíduo, com as características definidas acima, como o hiperconsumidor experiencial.

Gostei muito dessa definição porque traduz o comportamento desses sujeitos contemporâneos que não estão mais interessados em relações clássicas com as marcas. O consumo se tornou uma dimensão tão relevante que colonizou completamente diferentes territórios de nossas vidas. Por isso, vale mais uma vez repetir o mantra: marcas precisam ir além, entendendo que esse hiperconsumidor não está mais interessado no óbvio. Precisam proporcionar experiências únicas para seus clientes.

A Comic Con Experience, que acontecerá de 1 a 4 de dezembro em São Paulo, é inspirada em eventos como a tradicional Comic Com de San Diego, Estados Unidos, em 1970. A feira promove uma imersão completa no mundo geek. Esse é um bom exemplo de como colocar em prática a estratégia de experiência para o hiperconsumidor. A feira responde a necessidade do consumidor que não se contenta em ver apenas seus personagens ou marcas preferidas em plataformas de mídia. Ele quer vivenciá-los em um ambiente imersivo, onde a arquitetura, as formas, as cores, a tecnologia, as roupas, os estandes promovam uma relação íntima, lúdica e, principalmente, viva.

É verdade que a área de marketing é especializada em absorver tendências. Em alguns momentos dá nomes diferentes às mesmas ferramentas, mas não podemos negar que chamar todas as atividades de promoção de “live marketing” é, em resumo, a consequência de uma compreensão intuitiva do hiperconsumidor. Da necessidade de responder à busca desse consumidor, que nada mais é que viver a marca. E se você ainda acredita que estamos exagerando ou apontando tendências de longo prazo, ao falar em experiência, lembremos de Walt Disney. Empresário norte-americano que bem conhecemos e que há décadas utiliza a experiência de marca, mantém no topo a marca e os produtos Disney entre crianças e adultos de várias gerações.

Então vamos lá. Será que sua marca está incentivando esse tipo de experiência? Seu hiperconsumidor está vivendo multidimensionalmente a sua marca?

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