Prevent Senior, uma marca sob risco!
A marca Prevent Sênior sofre forte desgaste de imagem com as denúncias feitas à CPI da Covid conduzida pelo Senado e amplamente divulgadas pela imprensa
A marca Prevent Sênior sofre forte desgaste de imagem com as denúncias feitas à CPI da Covid conduzida pelo Senado e amplamente divulgadas pela imprensa
A Prevent Senior, operadora de saúde referência no segmento voltado para a Terceira Idade, vive um momento extremamente difícil, sobretudo na mídia, com a exposição negativa quase que diária de sua marca, que vinha sendo cuidadosamente construída desde 1997. Se vai resistir e conseguir sobreviver a este tsunami de más notícias é a pergunta que se impõe, pois o que se ouve e vê até agora a respeito das ações da empresa nesta pandemia da Covid-19 são mais do que suficiente para enterrar qualquer marca no “cemitério” das reputações, por mais respeitada que tenha sido.
De acordo com dossiê em posse da CPI conduzida pelo Senado e já divulgado amplamente pela imprensa, a Prevent Senior teria ocultado mortes de pacientes que participaram, sem conhecimento, de um estudo para testar a eficácia da hidroxicloroquina e azitromicina contra a covid-19 (fármacos cuja ineficácia, é bom lembrar, há tempos é cientificamente comprovada). Nos “cofres” da CPI há farta documentação a respeito – impressos e áudios. Não é por outra razão que a empresa, diante da gravidade do caso, está sendo investigada também pela ANS, Idec, Ministério Público de São Paulo, Simesp, dentre outros órgãos.
Como ação de defesa, os gestores de crise da operadora adotaram como tática um “dogma” muito comum no campo esportivo, que aponta o “ataque como o melhor instrumento de defesa”, porém, quase nunca eficaz no campo corporativo. Sua metralhadora de mágoas, totalmente desorientada, dispara contra diferentes alvos que, em meio a esta tempestade de denúncias, poderiam lhe servir como aliados importantes. Em qualquer plano de gestão de crise minimamente bem elaborado, o caminho seria outro, diametralmente oposto ao que se vê em tela.
Diante do cenário já exposto, que é gravíssimo, os gestores da crise precisam urgentemente estancar o sangramento de más notícias para preservar a manutenção dos negócios, que correm sérios riscos de sofrerem forte impacto com uma debandada de clientes. A credibilidade da Prevent Senior, não há como negar, está abalada. E no mercado de saúde, confiança é tudo!
Por essa razão, o objetivo imediato, ainda que na efervescência do caso, é tentar “tirar” a marca do topo da pauta dos veículos de comunicação; nas redes sociais, onde a conversa é direta com o público consumidor (clientes e prospects), deve dedicar-se a baixar a temperatura do descontentamento. O “derretimento” da marca está intimamente relacionado ao tempo de exposição pública negativa.
As crises corporativas normalmente são recheadas de tensão e, por mais difícil que se apresente, a gestão deve ser sempre racional. Logicamente que são necessários cuidados com compromissos assumidos em público, mas diante de tudo que já foi apresentado pela imprensa, a postura da Prevent Sênior deveria ser menos agressiva e mais flexível.
Não se deve descartar a possibilidade de a empresa, além de ações no âmbito interno, ter que mudar o seu nome, decisão que deve ou não ser considerada após o desfecho desse imbróglio. Apenas para registro, caso semelhante aconteceu recentemente com a Odebrecht, que agora atende como Novonor, graças ao estresse de imagem sofrido em razão de seu envolvimento na polêmica operação Lava Jato.
Nesse quadro complexo, com várias frentes de trabalho e aparentemente ainda longe de se definir, o certo é que os gestores de comunicação e marketing da Prevent Senior, assim que as ondas voltarem à calmaria, terão muito trabalho pela frente. Tomara que o “budget” tenha tamanho semelhante à missão gigante que terão que executar.
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