Produção audiovisual e IA
A inteligência artificial não mata a criatividade humana, ela amplia as nossas possibilidades
A inteligência artificial não mata a criatividade humana, ela amplia as nossas possibilidades
Se engana quem pensa que a IA é assunto recente. Existe, sim, um grande salto tecnológico em curso desde o fim do ano passado, puxado principalmente pelas ferramentas de inteligência artificial generativas que estão evoluindo em velocidade assustadora. Mas a verdade é que os conceitos centrais da IA começaram a ser desenvolvidos desde a Segunda Guerra Mundial e, nas últimas décadas, a inteligência artificial já é parte do nosso cotidiano, presente de forma consistente nas redes sociais e plataformas de streaming que consumimos todos os dias.
Mas também é fato que esse hype da inteligência artificial, motivado principalmente pelo lançamento do Chat-GPT 3.5, ajudou a aquecer esse mercado, atraindo atenção e novos investimentos que têm acelerado o desenvolvimento das mais variadas ferramentas.
No caso da produção audiovisual, por exemplo, a IA é uma realidade cada vez mais presente em basicamente todas as etapas, incluindo estudo do mercado, concepção de roteiro, pré-produção, casting, planejamento das diárias de gravação, edição e pós-produção.
Mas vamos com calma! Isso não significa que a IA é capaz de realizar sozinha qualquer um desses processos (pelo menos por enquanto). Quando falamos de criatividade, o olhar humano e o nosso senso estético são essenciais em cada etapa. As ferramentas de inteligência artificial nos ajudam a acelerar e aprimorar o processo, permitindo que a gente se concentre nas tarefas que são de fato criativas.
Antes dos computadores, cada um dos milhares de frames que compõem um episódio clássico do Mickey Mouse precisava ser desenhado a mão, as ferramentas digitais já tinham agilizado bastante esse processo. Agora, com programas e plugins que utilizam tecnologias de inteligência artificial cada vez mais avançadas e precisas, é muito provável que o tempo e os custos de produção de um longa-metragem de animação sejam diminuídos drasticamente nos próximos anos.
Se você pedir para o Chat-GPT criar um roteiro audiovisual ou um artigo de blog com foco em SEO, ele o fará perfeitamente do ponto de vista da gramática e da formatação, mas deixará a desejar do ponto de vista criativo. Provavelmente seu roteiro será carregado de clichês e o seu artigo, ainda que siga as melhores práticas de SEO, será genérico e não estará adequado ao tom de voz da marca, além de apresentar, novamente, muitos clichês e frases feitas. Ainda assim, esse exercício pode ser interessante quando bate um bloqueio criativo, daqueles que nos faz encarar a página em branco por longos minutos.
Já as ferramentas de geração de imagens, como Midjourney e Dall·E, podem acelerar bastante a pesquisa de referências visuais, ou mesmo a montagem de storyboards. Além de permitirem a criação de imagens realmente criativas e inéditas, para as quais você dificilmente encontraria referências em bancos de imagens e mecanismos de busca comuns.
Já é quase um chavão, mas o que temos ouvido cada vez mais nos principais eventos de tecnologia ou em conteúdos sobre carreiras é que você não será substituído pela IA, mas, sim, pelos profissionais que dominarem a IA melhor do que você. E, neste caso, o chavão se justifica.
Fato é que, até pouco tempo atrás, os criativos de uma agência de publicidade passavam mais adaptando o conceito de uma campanha aos inúmeros formatos de mídias do online e do off-line, do que sendo, de fato, criativos.
Hoje, designers, redatores e videomakers dispõem de uma infinidade de ferramentas que fazem o trabalho repetitivo por eles, permitindo que eles se foquem no trabalho criativo, que envolve pesquisa, estudo, esboços e, principalmente, sensibilidade e pensamento crítico.
Portanto, negar a IA, hoje, significa abrir mão da própria evolução profissional. É melhor se concentrar em dominar as ferramentas que permitirão levar a sua criatividade a um novo patamar.
As possibilidades da criatividade humana sempre foram ilimitadas. Mas agora está cada vez mais fácil concretizar as ideias geniais que antes esbarravam na limitação técnica.
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