Que sejamos às avessas
Crescemos de verdade verdadeira quando nossa rota sai do trilho e, assim, frustramos nossa narrativa linear de crescimento pessoal
Crescemos de verdade verdadeira quando nossa rota sai do trilho e, assim, frustramos nossa narrativa linear de crescimento pessoal
Parou para pensar que você mal nasceu e já foi entulhado de expectativas e tarefas, quase sem tempo para sonhar quem você pode ser? Nascemos respirando, mas não temos tempo para respirar. Filósofos e estudiosos dizem que nenhuma sociedade até hoje concedeu ao ser humano a sua liberdade. Você acha que é livre, mas está simplesmente vivendo uma ilusão.
O Ocidente está sofrendo com o excesso de ciência e o Oriente, com excesso de religião. Agora precisamos de uma nova humanidade em que religião e ciência tornem-se dois aspectos de uma só humanidade.
Toda a existência nada mais é que um campo de energia. Todos nós, tocados pela experiência da vida simples, provavelmente compartilhamos a mesma motivação: ser feliz e ajudar as pessoas. Mas com qual felicidade? Para mim, a felicidade tem nome e sobrenome. É a harmonia do pensar e do sentir. Sabe aquela sensação de paz interior sem preço? Então, é ela. E tem gente que logo pensa em casamento, viagem, sapatos, apartamento financiado. Mas o que mais?
Poderíamos aspirar pela saúde emocional e a estabilidade do nosso mundo interior independente dos fatores externos, pela sabedoria de reconhecer a realidade além dos nossos jogos e comentários, pela compaixão capaz de beneficiar qualquer um que se aproxima de nós. Porém, neste sentido, somos bem pouco ousados.
Basta olhar para você. Dói muito, é doloroso aceitar que você não é extraordinário. Então observe o que acontece quando você aceita a ideia de que é comum. Um grande peso sai dos seus ombros. De repente você está em um espaço aberto, natural, simplesmente do jeito que você é. A pessoa comum tem uma singularidade, simplicidade e humildade que, por conta disso, ela se torna extraordinária, embora nem faça ideia disso.
E nosso grande companheiro? Prazer, seu nome é auto-sabotagem. Nos colocamos em posição inferior em toda oportunidade, sempre que podemos. Ficamos o tempo todo prestando contas a eus passados, atrelando nosso desenvolvimento a uma história bem costurada, a novelas que criamos para nós mesmos antes de nascer, refletimos ao dormir e acreditamos ao acordar.
O que importa é que você não precisa atender às expectativas de ninguém. Tem simplesmente de viver a sua vida de acordo com a sua inspiração, a sua intuição, a sua inteligência. E é assim que deve ser. O ser humano saudável não tem complexo de inferioridade.
Toda pessoa nasce com uma individualidade única e toda pessoa tem um destino só seu. A própria sensação do eu aparece juntamente com uma narrativa simplória, como se tudo só acontecesse de modo casual e coerente. Como se tudo fizesse sentido. E isso nos faz imaginar que qualquer transformação humana ou espiritual seja uma espécie de epopeia do eu em se tornar um super-eu turbinado, construído em um percurso heroico, cheio de histórias cruzadas e insights incríveis.
Basta olhar para você. Dói muito, é doloroso aceitar que você não é extraordinário. Então observe o que acontece quando você aceita a ideia de que é comum. Um grande peso sai dos seus ombros.
Tente compreender a vida, não force, e viva sempre livre do passado; porque, se o passado estiver presente e você for controlador, não conseguirá compreender a vida. E a vida é muito fugaz, ela não espera. Mais do que celebrar os feitos do passado, quero abrir espaço para não me identificar tanto com conteúdos mentais e histórias pessoais. Muita coisa mudou nos últimos meses. E, em vez de me preencher do passado, da mesma forma que devoro as sobremesas com suspiro e doce de leite, quero espalhar todas as experiências na mesa e libertá-las de uma só vez: “Não sou mais a mesma”.
O que eu desejo é que seu planejamento pessoal dê errado. Que seu desenvolvimento intelectual seja caótico a ponto de sair do controle. Que não tenhamos tempo para resolver todo e qualquer mimimi. Que sigamos vazios e despreparados, pois só assim a vida nos atravessa. Que nenhum cantinho permaneça trancado, escondido da realidade. Que você e eu desistamos logo desta loucura chamada amor. Que a gente troque mil motivos de se alegrar pelo sorriso panorâmico que não precisa de motivo. Que nasça a ganância do vazio quando você não estiver em sintonia com o universo. Que sejamos atropelados por seres de olhar profundo e coração desperto.
Seja puramente a qualidade de ser inteiro e comece a resignificar suas escolhas. Que a transformação seja pela raiz, dissolvendo os insultos com métodos tão poderosos que não sobrará ninguém obstruindo o céu. Então você verá o céu limpo, um céu absolutamente infinito. Isso é liberdade. Isso é consciência. Esse é o verdadeiro saber. Que sejamos às avessas. Amém.
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