Relacionamento sério dá trabalho e vale a pena
Investimentos mútuos, feedbacks e visão de longo prazo são os elementos que transformam o job a job em fee numa relação agência e cliente
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Como acontece em muitas relações, chega uma hora em que o namoro vira casamento; o job vira fee. Aparece a vontade/necessidade de planejar não somente o próximo evento, mas também o ano inteiro. Queremos passar mais tempo juntos para nos conhecermos melhor e investir na relação. A paixão do viral isolado dá lugar à maturidade do planejamento sólido. Expectativas são criadas.
Essa proximidade dá asas a planos conjuntos de longo prazo. E, para alcançá-los, ambas as partes fazem investimentos. Mais pessoas se juntam ao projeto comum: amigos, familiares, equipes, profissionais. Novo sofá e cama, novas ferramentas. Novas responsabilidades passam a existir, incluindo processos e escopos. Combinados novos aparecem, assim como novas demandas: briefings. E tem alegria, tem DR. Tem risada e tem choro. Mas, acima de tudo, tem visão de longo prazo. E muita, muita conversa. Feedbacks. Porque relacionamento sério dá trabalho. Os combinados mudam, as prioridades não são mais as mesmas. Nós mudamos.
Na relação entre agências e clientes, nada é mais importante para mantê-la saudável do que o feedback claro, organizado e frequente. Quanto mais fazemos avaliações formais com nossos clientes, a partir de critérios preestabelecidos e em períodos constantes (normalmente a cada semestre), mais maduro o relacionamento se torna. Claro, ficamos felizes quando as coisas estão voando bem. Mas, em uma relação de prestação de serviços de longo prazo, a preciosidade está no feedback construtivo de melhorias. E isso vale tanto do cliente para a agência quanto da agência para o cliente.
Cada caso é um caso, cada relação é única. Há medições quantitativas (tempo de resposta, avaliação de pesquisa, controle de custos, resultado em métricas combinadas) e qualitativas (originalidade criativa, proatividade, relacionamento, insights). A avaliação de ambas as partes para cada um desses itens solidifica a confiança nos times, ajuda novas pessoas das equipes a se integrarem e, principalmente, auxilia na criação de intimidade e confiança entre todas as pessoas. Há até formatos de incentivos financeiros para evoluções na relação a partir de apontamentos claros desses caminhos. Recomendo: nada melhor do que incentivos alinhados.
Já ouvi pessoas dizendo que esse processo gera burocracia e deixa a relação fria. Não concordo. Assim como em um casamento, depende do casal. O casamento deve ter espaço para surpresas, leveza, criatividade. E equilíbrio não significa, necessariamente, acomodação. Provas disso são as várias relações longevas entre os maiores anunciantes do País e suas agências — muitas delas inovando, crescendo e contestando o status quo a cada ciclo. Desafio, frio na barriga, paixão e ousadia não podem faltar, do mesmo jeito que era no começo, quando o namoro tinha cara de job.
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