Saúde mental, um problema nosso
Vários pontos impactam a saúde mental, mas um reafirma que somos seres humanos e, consequentemente, seres sociais: o modelo 100% home office não será a solução
Vários pontos impactam a saúde mental, mas um reafirma que somos seres humanos e, consequentemente, seres sociais: o modelo 100% home office não será a solução
Nunca se falou tanto sobre a falta da saúde mental, legado amplificado durante a pandemia e que as pesquisas confirmam a cada dia, como o estudo da Fundação Dom Cabral e Talenses Group, que mostrou que a pandemia afetou a saúde mental de 73,5% dos profissionais brasileiros pesquisados.
Durante a Olimpíada, vimos a grande ginasta americana, Simone Biles desabafando ao dizer que “somos pessoas, não somos apenas atletas”. Anos e anos treinando e com toda a oportunidade de levar mais ouro para casa, ela assumiu o abalo na sua saúde mental durante os Jogos e desistiu de competir em algumas categorias.
Fico imaginando a pressão e a dificuldade para ela tomar essa decisão. E que bravura assumir esse diagnóstico naquele momento e evitar que sua equipe perdesse por sua causa ou que ela saísse com possíveis fraturas, por falta de concentração.
O tema saúde mental — ou a ausência dela — também surgiu forte na nossa indústria quando, dias atrás, a lista anônima que, às vezes, aparece em nosso meio, “Como é trabalhar aí?”, voltou novamente a circular. Mais uma vez, pudemos ler declarações de várias pessoas, de diversas agências e clientes, escrevendo sobre a falta da saúde mental acarretada por excesso de trabalho, muita pressão, poucos prazos e falta de reconhecimento, que se agravou mais ainda no contexto da pandemia. O reflexo disso também pode ser observado pela alta rotatividade em algumas áreas e agências.
Aqui nas empresas que lidero também não ficamos parados esperando a pandemia acabar e achando que tudo vai ficar bem como num passe de mágica. Contratamos uma empresa especialista para diagnosticar a situação sob a ótica de três principais aspectos: ansiedade, depressão e stress.
Para minha surpresa, os indicadores da saúde mental dos meus colaboradores apareceram melhores do que eu imaginava, mas temos alguns pontos de atenção, principalmente em relação à ansiedade. Fizemos também um papo aberto com os nossos principais clientes e, felizmente, estamos juntos na busca por uma solução para minimizar os efeitos que acarretam à saúde mental e decidimos reduzir ou banir por completo o volume de mensagens por WhatsApp e chamadas, diminuindo o tempo e a quantidade de reuniões ao longo da semana, revisitando processos e determinando as prioridades e aumento de recursos para períodos de alta demanda.
Identificamos vários pontos que fomentam impactos na saúde mental, mas um deles reafirma que somos seres humanos e, consequentemente, seres sociais: o modelo 100% home office não será a solução. Aliás, aqui encontramos um dos focos do problema.
Como resultado desse mapeamento, a consultoria nos ajudará com um plano de ações para incentivar nossos talentos a buscarem equilíbrio e segurança para preservarem sua saúde mental.
Enquanto desenhamos esse plano de ação eu fiz questão de dividir o que aprendi lendo um excelente livro que aplico há anos em minha vida Os 8 Remédios Naturais e gostaria de compartilhar com vocês na íntegra:
1. Alimentação saudável;
2. Ingestão regular de água;
3. Prática de exercício físico;
4. Dormir bem;
5. Ter equilíbrio;
6. Ar puro – respiração;
7. Luz Solar – vitamina D;
8. Vida espiritual – fé.
Decidi escrever essas dicas aqui e chamar a atenção para o ponto de saúde mental das pessoas, não por ser uma prática pessoal que acredito ou porque é o assunto do momento, mas porque a preocupação com a saúde mental deixa de ser um problema individual para ser uma solução estrutural das organizações, assim como inclusão, diversidade, cultura, valores etc. Nossa indústria é feita de pessoas e se elas não estão bem, não há empresa que prospere. Não faz sentido existir.
Um dado que me chamou atenção foi que, de acordo com a Rede Brasil do Pacto Global da Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas 18% das empresas do País endereçam o tema da saúde mental. Por isso, aproveito esse espaço para convidar líderes a colocarem o foco nesse tema tão importante que é de responsabilidade nossa.
Quem quiser compartilhar experiências, aprendizados ou dúvidas, estou à disposição.
Só me procurar no LinkedIn para, juntos, fazermos a diferença para as pessoas de nossas empresas.
*Crédito da foto no topo: Mubaz Basheer/Pexels
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