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Sem eles, nóis nem: os 20 anos do UOL

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Opinião

Sem eles, nóis nem: os 20 anos do UOL

Celebrar 20 anos de uma operação de internet historicamente pioneira não é nenhum favor, é mandatório


1 de agosto de 2016 - 10h29

Não nascemos de chocadeira. Toda nossa indústria tem origem em um ou vários acontecimentos anteriores e o que somos hoje é o resultado inevitavelmente evolutivo do que veio antes. Sem nosso passado, seríamos diferentes. Sem as empresas e profissionais pioneiros, seríamos diferentes. Sem eles, nóis nem.
“Às 04H15 da manhã do dia 28 de abril de 1996, o Universo Online foi ao ar com um serviço de bate-papo, a edição diária da Folha de S.Paulo, da Folha da Tarde e do Notícias Populares, reportagens do jornal norte-americano The New York times traduzidas para o português, a revista Isto É digital e uma seção de classificados. ”

ilustração mundo criação tecnologia crédito: Fotolia.com

Crédito: fotolia.com

É assim que Eduardo Vieira, hoje sócio da Ideal, The Reputation Agency, autor do livro “Os Bastidores da Internet no Brasil” – leitura obrigatória para quem quer entender a história da internet no Brasil – descreve o nascimento do UOL.

“Somos uma operação com quatro pilares de receita. Cerca de 30% vêm do UOL Diveo, unidade de infraestrutura para outras empresas. Ela vende, aluga e presta serviços de data center como cloud, backup, disaster recovery. Surgiu em 2009. Nessa área adquirimos oito empresas. Diveo foi uma delas, uma aquisição de R$ 700 milhões. Outros 30% vêm do UOL Serviços e Produtos Digitais, de serviços ao consumidor final, e que surgiu em 1996. Aí vendemos acesso a conteúdo, além de serviços de email, backup e soluções de segurança. Outros 30% vêm da área de Publicidade e E-commerce, que inclui Ad Sales e o Pag-Seguro. O Pag-Seguro começou em 2007 e, sem falsa modéstia, foi um facilitador e viabilizador da expansão pulverizada do e-commerce no País. Finalmente, os 10% restantes são gerados pelo UOL Educação, que produz e distribui cursos livres e técnicos, além de treinamentos corporativos”, detalha Ricardo Dutra, CEO do UOL.
Entre os dois descritivos, o do livro do Edú e o do Dutra, passaram-se 20 anos e toda a história da internet no País até hoje.

O UOL é um símbolo exemplar desse período por dois motivos diferentes e quase que antagônicos entre si. Um ligado à sua concentração e outro ligado à sua diversificação.

O UOL é centralizado porque tem tudo lá. Foi inspiração e segue rival de todos os grandes portais brasileiros, desde os pioneiros Terra, iG, Starmedia, AOL, MSN, O Site, entre outros, até os mais recentes, como Globo.com e R7, todos adotando de alguma forma o modelo horizontal de captação e distribuição de conteúdos.

A existência de todo um setor estruturado, diversificado e forte de portais horizontais é algo que só existe no Brasil. Ainda mais tendo como espinha dorsal a curadoria de notícias diárias, tarefa que em outros países fica fundamentalmente para a versão online dos grandes veículos impressos. Nossos portais agregam de hot news a um sem número de conteúdos verticais amplamente diversificados e segmentados. Some-se a isso um amplo leque de serviços digitais e online.
Esse modelo nasceu nos Estados Unidos com o pai de todos os portais do mundo, a America Online. Mas foi no Brasil que ele se expandiu e se multiplicou como em nenhum outro local. E o UOL foi líder nesse negócio, desde que surgiu.

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Primeira home do UOL

O segundo motivo para que o UOL seja referência histórica é sua diversificação enquanto corporação. O UOL foi o único, dentre todos os seus concorrentes, que a partir de um portal horizontal original, conseguiu diferenciar-se como business, atingindo o que acabou de nos descrever aqui o Dutra. Uma empresa multidisciplinar e multi-negócios, cuja dependência das receitas de publicidade é hoje de apenas 20%, muito ao contrário dos demais, em que essa dependência é esmagadoramente majoritária ou total.

Nenhum pecado no caso dos demais, mas não há como não registrar aqui o mérito dessa ampliação estratégica das linhas de receita, que hoje mostra seu valor com cruel mérito, num momento em que a indústria de publicidade enfrenta no Brasil as dificuldades que enfrenta. A medida em que a internet brasileira evoluía e se diferenciava, o UOL foi adaptando-se e incorporando as novas tecnologias e os novos formatos de negócio e modelos comerciais que surgiam.

A dupla revolução que abalou o mundo, qual seja a da busca, primeiro, e a das redes sociais depois (a terceira é o mobile), impactou o UOL como a todos os portais brasileiros e houve um momento, não muito distante, em que se previu o total desaparecimento de todos eles, UOL junto.
O choque dessas duas novidades foi de fato tremendo e delas nasceram, respectivamente, o Google e o Facebook, que na história da internet acabaram por se transformar nos dois maiores pilares de negócios online de todos os tempos.

Só que o UOL não é nem uma plataforma de busca, nem uma rede social. E aí? Aí que, além de diversificar-se enquanto empresa e enquanto negócio para poder driblar esse duplo tsunami, nos últimos anos o UOL soube incorporar um arcabouço de novas tecnologias, plataformas e formatos de negócios amplo o suficiente para estar em linha com o que de mais avançado o mercado hoje tem a oferecer no âmbito do mobile, do display com recursos programáticos, dos influencers, das próprias redes sociais, etc.

O UOL AD LAB, com suas divisões de mídia, conteúdo e tecnologia, é um playground de soluções e negócios online, que envolve desde otimização de vendas e B.I. a uma unidade de inovação. Aí se desenvolvem hoje projetos de Internet das Coisas, por um lado, e por outro, desenham-se projetos live de peso, como o Burger Fest ou o palco que a empresa está colocando de pé na frente da sua sede, na Avenida Faria Lima, em São Paulo, um teatro ao ar livre no qual serão performados shows e apresentações off, para serem integradas ao mundo on.

Como já comentamos aqui, não nascemos de chocadeira. Celebrar 20 anos de uma operação de internet historicamente pioneira como o UOL não é nenhum favor, é mandatório. Numa indústria jovem e quase sem memória como a indústria digital, em que tudo parece surgir de geração espontânea e do zero, cabe aqui o alerta de que o futuro só será, porque o passado foi. E que sem ele, nóis nem.

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