Simples assim
Em meio ao aumento da complexidade, ser percebido pelos clientes como uma única organização é o desejo comum dos grandes grupos e redes
Em meio ao aumento da complexidade, ser percebido pelos clientes como uma única organização é o desejo comum dos grandes grupos e redes
11 de dezembro de 2017 - 12h08
Mais importante evento de reconhecimento aos líderes e aos grandes talentos da publicidade nacional, o Prêmio Caboré, organizado desde 1980 pelo Grupo Meio & Mensagem, serve como um indicador da resiliência da indústria da comunicação — que já estima um 2018 ainda desafiador por conta do ambiente de negócios, mas também renovador, em termos de possibilidades.
Pelo cenário que se projeta, as oportunidades surgirão em duas frentes: pela retomada da atividade econômica do País, da qual se espera maior robustez, especialmente neste próximo semestre, com direito à Copa do Mundo, na Rússia; e por meio dos ajustes feitos pelos players do setor em termos de estrutura e da equalização das entregas com a necessidade atual dos anunciantes.
Será a hora de ver quem fez a lição de casa. Em meio à crise, muitas das maiores agências do Brasil trabalharam para diversificar suas ofertas, especialmente no território digital, e em termos de se tornarem parceiros mais estratégicos de negócios. Núcleos de business intelligence baseados em dados ganharam relevância em organizações cada vez mais integradas e menos personalistas. Após criarem e comprarem diferentes bandeiras para segmentar seus serviços, ao longo das duas últimas décadas, a busca agora é por reorganizar a casa da forma mais eficiente e estabelecer organogramas que permitam a redes e grupos funcionarem e serem percebidos pelos clientes como uma única grande companhia, capaz de resolver qualquer problema.
Executado, por exemplo, pelo Publicis Groupe, sob o conceito Power of One, e pela Ogilvy, por meio da cruzada de seu CEO global John Seifert para estabelecer uma estrutura colaborativa (batizada pelo executivo de “One Ogilvy”).
Em entrevista à repórter Isabella Lessa, o CEO global da DDB, Chuck Brymer, afirmou que a simplificação do portfólio de agências é uma ambição latente nos clientes, assim como uma multiplicidade de serviços na entrega. “É difícil o bastante trabalhar com três empresas, imagine com 300. E atendemos empresas que trabalham com 400 ou 500 agências de marketing diferentes. É impossível garantir que tudo está indo bem e que há uma consistência entre esse número enorme de agências”, ponderou.
O posicionamento como one stop shop é abordado também no artigo da página 8 da edição impressa, assinado por Eduardo Simon, CEO da DPZ&T, vencedora do Prêmio Caboré como Agência do Ano. Em tempos propícios a muita especulação, experimentação de modelos de remuneração e sem fórmulas prontas (o que pode ser um estágio de transição ou o “novo normal”, como profetizam alguns), ninguém duvida que a fragmentação das opções continuará a se intensificar, em ritmo cada vez mais acelerado.
Será um desafio e tanto para as agências, mas também uma baita oportunidade para quem se propuser a simplificar a entrega dessas soluções da porta para fora — facilitando a vida do cliente e deixando toda a complexidade para ser administrada dentro de casa.
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