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Só falta combinar com os russos

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Opinião

Só falta combinar com os russos

Ano de Copa do Mundo e eleição presidencial sempre promete fortes emoções, mas este 2018 ainda em seus primeiros dias deve nos surpreender de maneira positiva


8 de janeiro de 2018 - 11h40

Depois de nos acostumarmos a levar a vida no modo sobrevivência, operando sob a ótica de curto prazo, com foco muito mais no resultado do mês do que na longevidade do negócio, o cenário para 2018 é o mais positivo já projetado para um começo de exercício desde os idos 2014 — um ciclo completo de quatro longos anos.

A nova dinâmica acelerada de cobrança de metas por breves períodos é uma realidade do novo ambiente global de negócios. Mas a severa recessão e o consequente imobilismo que tomaram o País a partir de 2015 fizeram essa cartilha ser aplicada com intensidade desproporcional e desorientada cá por essas bandas. Uma coisa é operar financeiramente o caixa da empresa. Outra é a construção e o revigoramento constante da marca — essa responsabilidade não pode ser delegada aos ventos da economia, correndo o risco dos caminhos que levam à irrelevância.

“Uma empresa não consegue realizar um trabalho de longo prazo se quebrar no ano que vem. Mas não tem futuro se pensar somente da mão para a boca”, afirmou João Livi, CEO da Talent Marcel, ao editor-assistente Fernando Murad. O tema também é debatido na entrevista da semana — com o CEO da Interbrand para América Latina e Europa, Gonzalo Brujo, que conversou com a repórter Isabella Lessa — e no artigo mensal de nosso colunista Marcelo Coutinho, em que ele aborda o assunto sob a ótica dos veículos e da credibilidade.

É claro que 2018 exibirá seus percalços ao longo dos próximos 12 meses. Um ano com Copa do Mundo e eleições presidenciais sempre promete fortes emoções.

Acrescente os desdobramentos de investigações ainda em curso da Lava-Jato e não restam dúvidas de que há potencial para solavancos ao longo da jornada — até porque é interesse de alguns grupos que haja certo tumulto, inclusive para abrir espaços para especulação no campo financeiro.

Mas, se é verdade que os próximos seis meses serão propícios para esse tipo de manobra, por conta principalmente da indefinição de quem realmente será candidato a presidente, o próprio Mundial da Fifa se encarregará de injetar dinheiro extra na indústria da comunicação — ainda mais com o renascimento da seleção, que, sob o comando do técnico Tite, voltou a entusiasmar os brasileiros.

A Copa, aliás, acontecerá em um momento emblemático, uma espécie de divisor de águas. Após o apito final, já estaremos em meados de julho, com a disputa eleitoral mais delineada. Dependendo dos cenários das pesquisas de intenção de voto, o otimismo com o governo que assumirá o País pelos quatro anos seguintes pode dar um novo impulso à retomada da economia, que deverá se consolidar nos primeiros meses deste 2018 ainda a alvorecer.

Obviamente, falta combinar tudo isso com os russos (onde, por sinal, acontecerá o Mundial de futebol).

Mas, ao que parece, agora, vai.

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