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Opinião

Sobre o desafio de transformar o trabalho de uma agência

Para mudar, não adianta olhar para dentro e rearranjar os móveis da sala de jantar. Para ver o negócio de outra forma e oferecer novas entregas aos clientes, a inspiração está lá fora


20 de maio de 2016 - 9h00

O modelo se esgotou. Clientes esperam mais das agências, a remuneração está cada vez mais estrita e a comunicação mais complexa. Mesmo assim, por muitas razões, as agências tem dificuldade em mudar. E para mudar, não adianta olhar para dentro e rearranjar os móveis da sala de jantar. Para ver o negócio de outra forma e oferecer novas entregas aos clientes, a inspiração está lá fora. Acredito nisso pois a minha própria história foi repleta de mudanças na forma de pensar, um verdadeiro mashup entre jornalismo, relações públicas, estratégia, digital e conteúdo, o que me permitiu usar um pouco de cada uma dessas passagens para experimentar modelos novos de trabalho. Não tenho uma solução milagrosa para os atuais desafios. Mas quero dividir três iniciativas que foram valiosas para atuar de maneira diferente e criar novas entregas para os clientes além da propaganda.

Pensar como um designer de projetos. A experiência em digital, relações públicas e conteúdo me exigiu pensar mais como um designer de projetos, onde a solução pode ser diversa: um serviço, uma ativação live brand ou uma ação de conteúdo com PR. Pode começar no mobile e se estender à TV. Usar big data para segmentar a mensagem ou até mesmo criar a própria ideia. O importante é ter um pensamento agnóstico, tanto do ponto de vista de mídia quanto das disciplinas. Pensar orientado a projetos é também criar chances de fazer novos negócios com relevância para o cliente e para a agência.

Executar como showrunner. O papel do showrunner nasceu com as séries americanas. Ele precisa lidar com a história, com os artistas e a equipe, atuar entre a arte e o negócio e ir do roteiro à produção. Acredito que precisamos de gente atuando como showrunner, indo da estratégia à realização do projeto, com conhecimento multidisciplinar aplicado na gestão do trabalho das diversas áreas da agência. E com um olho na ideia e outro no negócio.

Agir como uma Startup. Passei meus últimos cinco anos no mundo digital, pensando como startup. Vem daí a visão de trabalhar com “base hits” e “home runs”. Um “base hit” é o que você pode realizar no curto prazo. Por exemplo, montamos reuniões de prototipagem com diferentes áreas da agência para co-criar um projeto. Uma espécie de “idea board” onde todos colaboram com seus diferentes expertises, gerando um produto final diferente. Já, um “home run” vai impactar no longo prazo. Quando criamos o cargo de “Publisher”, levou algum tempo para uma dinâmica de trabalho editorial amadurecer na agência.

Concluindo: o futuro do negócio aponta para uma diversificação das entregas. E não importa se a sua agência tem 4 ou 47 anos, como a nossa. O fundamental é manter-se aberto, como temos feito por aqui. Pensamos abertamente porque estamos na busca por novas formas de trabalhar e fazer comunicação. Porque estamos dispostos a passar por uma revolução. E acredito que o pensamento estratégico deve ser o catalizador dessa mudança. Não como o conhecemos até então e sim de maneira atuante na operação da agência, conectando as disciplinas e ajudando as áreas em suas microrevoluções no pensar, atuar e fazer negócios.

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