Sonho das novas gerações
Descobriram minha identidade secreta no condomínio e essa descoberta me fez refletir sobre o futuro da profissão “influenciador”
Descobriram minha identidade secreta no condomínio e essa descoberta me fez refletir sobre o futuro da profissão “influenciador”
Recentemente, tive uma conversa enquanto aguardava o início da reunião do condomínio. Naquele momento de apresentações, entre nomes e profissões, me vi chamando a atenção ao dizer que “trabalhava com famosos”, uma forma rápida e objetiva para dizer em poucas palavras o dia a dia de quem trabalha para potencializar vozes pretas e faveladas através da publicidade.
Entre as habituais perguntas sobre os bastidores do mundo artístico e do reality show que faz alguns nomes anônimos tornarem-se famosos, como Sarah Aline, Gil do Vigor, Jessi Alves e João Pedrosa, me deparei com a frase que, acredite, escuto com uma frequência tão alta quanto os pedidos de “pede para o Gil mandar um vídeo para minha mãe? Ela ama ele”. Ouvi de um casal, composto por uma advogada bem-sucedida e um diretor de um dos maiores bancos do Brasil, a seguinte afirmação: “Nosso filho sonha em ser influenciador”.
Esse comentário sempre chama minha atenção, pois evidencia o quanto essa profissão está na cabeça de milhares de crianças e jovens brasileiros. De fato, ser um influenciador digital tem se tornado cada vez mais uma opção de carreira. Veja você, um estudo recente da Nielsen revela que o Brasil é o país com o maior número de influenciadores digitais. Existem 500.000 influenciadores com pelo menos 10.000 seguidores no país. Além disso, a receita gerada por essa atividade em 2022 está estimada em R$ 3,7 bilhões, com projeção de crescimento para R$ 4,7 bilhões em 2023, de acordo com a Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) – um faturamento digno de muitas commodities nacionais.
É interessante e assustador notar como a visão sobre profissões vem se transformando. No passado, era comum ouvir pais dizendo que seus filhos queriam ser médicos, advogados ou engenheiros. Hoje, a realidade é diferente. Ser influenciador digital se tornou uma opção viável e atrativa, que pode ser tão rentável quanto outras carreiras mais tradicionais.
No entanto, é importante destacar que ser um criador de conteúdo é uma profissão do agora, que exige muito mais do que apenas criar um perfil em uma rede social. Para se destacar em meio a tantos influenciadores, é preciso investir em estudos, técnicas de produção, edição, estratégias de marketing e, acima de tudo, ter um diferencial e um nicho que chame a atenção do público.
Ser um influenciador digital pode ser um trabalho gratificante, mas também é um investimento de tempo e dinheiro, pois, para se manter no topo, é necessário estar sempre atualizado, inovando e produzindo conteúdo de qualidade. Nem vou entrar na luta diária contra os algoritmos e suas mudanças. O sucesso nessa profissão está diretamente ligado ao esforço, dedicação e criatividade do influenciador.
Quem diria que uma conversa pré reunião de condomínio me faria refletir sobre a importância da criação de conteúdo na sociedade atual e como essa profissão vem ganhando cada vez mais espaço. Ser um influenciador digital não é apenas um hobby ou uma maneira de se divertir nas redes sociais, mas sim uma carreira que pode trazer muitas oportunidades e reconhecimento.
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