Sua marca ganharia no 1º turno?
A eleição deste ano está reforçando uma grande verdade: estamos em um momento em que novas estratégias de comunicação podem funcionar muito bem
A eleição deste ano está reforçando uma grande verdade: estamos em um momento em que novas estratégias de comunicação podem funcionar muito bem
O que é mais difícil: convencer consumidores ou eleitores? Nunca fiz marketing político, mas uma parte de mim tem muita curiosidade por essa “arte”. De onde vem esse interesse? Não sei… a gente deve ter uma parte do cérebro que se atrai por coisas bizarras. O que explicaria o sucesso de podcasts sobre crimes? Ou de tiktoks com tombos doloridos? Ou lutas livres mexicanas nas quais fortões fingem que se batem?
Quando ouço um jingle eleitoral pegajoso, uma resposta atravessada em um debate ou um discurso inflamado, meus olhos arregalam automaticamente. Quero entender por que aquele candidato escolheu aquele figurino. Ou por que a sua concorrente começou a fazer gestos diferentes. O que está por trás desses movimentos?
A eleição deste ano está reforçando uma grande verdade: estamos em um momento em que novas estratégias de comunicação podem funcionar muito bem. Seja porque o público mudou ou porque a maneira como as informações se espalham se alterou, o trabalho de quem precisa convencer uma grande audiência sobre um “produto” está passando por uma notável transição. E isso, obviamente, não vale apenas para candidatos.
Você continua fazendo marketing como os incas ou já entendeu que a roda está girando diferente? Eu sei que em boa parte do Brasil a economia ainda se movimenta por meio de ferramentas tradicionais. Carros de som, panfletos, bandeirolas e muros pintados continuam gerando muitas vendas. Mas fica óbvio que é apenas uma questão de tempo para que você tenha concorrentes que causam dor de cabeça usando técnicas diferentes.
Se, por um lado, muitos marketeiros políticos pesam demais a mão em práticas questionáveis e apelativas, por outro, não dá para negar que eles dão aula em persuasão e adaptação.
Para ganhar no primeiro turno, a maioria do público precisa escolher a sua proposta de valor como a melhor para elas. Já parou para pensar que cada cliente que está olhando para as opções na gôndola está fazendo a sua “eleição”? Quem está navegando no seu site precisar selecionar o seu ícone e depois clicar no “confirma” para comprar? Qual vai ser a sua estratégia para convencê-los?
Marcas são muito boas em informar. Mas políticos conseguem um envolvimento do seu eleitorado que vai muito além. Conheço pouquíssimos produtos que seriam capazes de criar um vínculo tão profundo com os seus consumidores, a ponto de eles quererem fazer tatuagens, adesivar seus carros ou participar de grandes manifestações nas ruas.
Sei que são dinâmicas diferentes, mas deixo aqui uma provocação: se no próximo domingo os brasileiros tivessem que escolher entre o seu produto e o de um concorrente, você ganharia ou perderia no 1º turno?
Talvez você tenha competidores que fazem um trabalho impressionante no digital. Outros que preparam uma mídia massiva bem consistente. É possível que um adversário use argumentos falsos. E algum até apele para “cadeiradas”. Mas, diferentemente das eleições para cargos públicos, as escolhas no seu mercado acontecem todos os dias. E aqui está uma grande diferença a favor de um marketing ético, correto e bem-feito. Boas campanhas para vocês, candidatos!
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