Assinar

Tesla: a nova Apple?

Buscar
Publicidade
Opinião

Tesla: a nova Apple?

Lançamento do carro Model 3 deve alçar empresa de Elon Musk no panteão das marcas mais desejadas


8 de abril de 2016 - 11h00

Tesla Model 3

Incrível o brand awareness criado pelo Elon Musk ao redor da sua empresa Tesla que fabrica carros elétricos com super design e performance desde 2003. Na semana passada, ele anunciou o lançamento de um novo modelo, Model 3, que pretende ser o carro de entrada da marca. Quando vi o nome do modelo com o número três, logo me veio a cabeça a estratégia de marca com o iPhone, cada modelo com um sequencial maior, a atual geração 6 sendo a mais avançada. Se no próprio segmento a Apple já estava perdendo terreno para a rival Samsung, que já esta no modelo 7 da sua linha Galaxy, na minha opinião, a marca de automóveis Tesla deve preencher o panteão de marcas mais desejadas depois deste último lançamento, substituindo a Apple depois de anos nesta posição. Calma, me explico!

Carros são um dos bens mais sinalizadores de personalidade e status, e a sua posse é o desejo da grande maioria dos cidadãos civilizados. Liberdade, potência e performance são atributos explorados ao máximo pelas diversas marcas existentes.Mas a inclusão do fator sustentabilidade tem influenciado este mercado de forma contundente. Aqui no Brasil, com os carros flexe e a álcool (um dos maiores avanços que nós brasileiros desenvolvemos a partir de uma crise e que o mundo todo nos inveja, mas que recentemente parece que não estamos dando muita atenção aos fatores que influenciam este mercado, mas isso é assunto para outro artigo no futuro) existe uma pressão menor pela inclusão dos veículos elétricos, mas nos Estados Unidos existem leis, como a do estado da Califórnia exigindo número mínimo de carros com esta propulsão até 2025 e os créditos fiscais de U$ 7.500 na compra de um veículo elétrico, que impulsionam este mercado de forma muito contundente. Porém, eu acredito ser inevitável o aumento deste tipo de oferta de veículos em todo o mundo em muito pouco tempo.

Não é uma substituição, mas uma opção adicional
Neste ponto, eu acredito que a marca Tesla está se situando como altamente aspiracional (seu primeiro modelo, o S, custa nos EUA US$ 100 mil a unidade e com a sua tela de 17 polegadas no painel é um sonho para aqueles que já tiveram oportunidade de dirigi-lo ), substituindo a Apple no quesito de marcas mais desejadas. Elon Musk (ex-Pay Pal, atual bilionário) quando fala da missão da empresa, “acelerar a transição mundial para um transporte sustentável” ou de “realmente influenciar como a humanidade se movimentará no futuro”, tenho certeza que o finado Steve Jobs deve estar se revirando no seu túmulo. A Coca-Cola sempre vendeu muito mais que refrigerantes, e a Apple consolidou a categoria de smartphones como objetos individuais diários de adoração e devoção. Mas carros são carros! A Toyota foi a pioneira com o Prius nesta categoria (lembra dos artistas de Hollywood chegando a premiação do Oscar dirigindo os seus Prius ao invés de Stretch Limousines?), mas a Tesla ultrapassou pela direita em alta velocidade!

O nome da marca homenageia um engenheiro sérvio (Nikola Tesla) que desenvolveu o motor elétrico e a indução eletromagnética, mas a aura criada ao redor desta marca é um trabalho muito bem elaborado para uma marca de nicho, que gerou na semana passada filas de compradores nas concessionárias para realizar um depósito/reserva no valor de U$ 1.000 por pessoa para comprar um carro que eles nunca viram ou testaram, e que só estará disponível nas lojas no final de 2017 ou início de 2018. Lembra das filas para comprar o iPhone? Pois é, agora as filas são para fazer um depósito para ter direito futuro a comprar um modelo de um carro avaliado em US$ 35 mil. Na verdade, foram 115 mil pessoas que fizeram este depósito na primeira semana. Ação de PR? Viral? Não sei, mas que a estratégia da Tesla está dando inveja, isso está, não é mesmo? Fila para ter direito a compra, insuperável!

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Além do like

    O papel estratégico da área jurídica na relação entre marcas e influenciadores

  • A consciência é sua

    A consciência é sua

    Como anda o pacto que as maiores agências do País firmaram para aumentar a contratação de profissionais negros e criar ambientes corporativos mais inclusivos?