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Um convite à inovação social

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Opinião

Um convite à inovação social

Inovar não é algo que se faça sozinho/a, mas sim um processo colaborativo e afetivo ao fim do qual o objetivo é unir propósitos por um futuro melhor e justo


2 de fevereiro de 2022 - 16h06

(Crédito: SpicyTruffel/iStock)

Ainda em tempo de desejar aos leitores do Meio & Mensagem um 2022 especial e repleto de conexões positivas, vou abrir este espaço contando um pouco sobre um trabalho que me deixa muito otimista em relação ao impacto positivo que podemos promover e às pontes que podemos construir junto com a sociedade. Tomei emprestado o ‘construir pontes’ do Edu Lyra, fundador e CEO do Gerando Falcões (GF), porque acredito mesmo que essa é a melhor forma de representar relações construídas sobre bases consistentes e com o propósito de serem perenes, olhando para a frente e mirando um legado.

Agora em fevereiro vamos lançar o primeiro produto social da Nestlé em parceria com o Gerando Falcões. Mas, muito além do produto em si, que terá todo o lucro revertido para o projeto favela 3D – Digna, Digital e Desenvolvida – do Edu Lyra, quero compartilhar como chegamos até aqui. Uma jornada intensa, de conhecimento mútuo, de aprendizados, de evolução. Um processo rico para todo mundo.

Há quatro anos buscamos o Gerando Falcões (ou nos encontramos!) para desenvolver iniciativas inovadoras que provocassem impacto social. Lá atrás não sabíamos exatamente o que fazer, não tínhamos nada definido. Só entendemos que buscávamos a mesma coisa: transformar com inovação, de forma sustentável. E trazendo todo mundo para essa conversa.

Nossa aproximação com o GF começou com doações de alimentos, em seguida evoluímos para apoio ao esporte, inclusão social e digital e abraçamos, também, um pilar de empregabilidade por meio da contratação de jovens profissionais selecionados e capacitados dentro das iniciativas da ONG. Só que, paralelamente, fomos aprofundando o conhecimento sobre o projeto, sua potência e importância para os jovens e seus familiares. Um poder transformador capaz de mudar o rumo de muita história que poderia ter um fim muito triste e precoce.

Mais amadurecidos no relacionamento, chegamos ao momento de propor o desafio de cocriação do produto social e convidamos funcionários da empresa e líderes da favela para pensar em algo que tivesse o apelo nutricional e fizesse sentido para os consumidores de forma geral. Foram inúmeras dinâmicas, reuniões de trabalho, mais de 40 ideias apresentadas, até chegar a pouco mais de 10 conceitos finais que resultaram em uma barrinha de cereal de nuts. Os especialistas da empresa mergulharam no desenvolvimento da parte nutricional e os jovens talentos da GF desenvolveram a arte da embalagem.

Essa trajetória tem nos ensinado muito. Particularmente, vejo que é um projeto muito além de uma área. Pertence a todos que se envolvem com ele – um ecossistema virtuoso! Internamente, vejo também que é um elemento de atração e retenção de pessoas porque elas se orgulham em fazer parte, em participar de alguma forma de um projeto que visa à transformação positiva.

E isso me faz insistir no ponto de que inovação não é feita sozinha. É um processo de colaboração, de agregar diferentes experiências, de promover uma escuta ativa, de sentir o pulso no dia a dia, de conhecer realmente as dores para buscar soluções que façam sentido. Voltando às pontes, estou convencida de que iniciativas que conseguem atrair diferentes frentes de trabalho, múltiplas habilidades e que mobilizam muito pela emoção, têm um papel importantíssimo na consolidação de modelos colaborativos de trabalho, de promover a inovação aberta. As pontes vão sendo construídas – e de uma forma muito afetiva – para unir propósitos por um futuro melhor e justo para todos.

*Crédito da foto no topo: Ajwad Creative/iStock

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