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Opinião

Um fenômeno de marketing chamado Juliette

Enquanto celebridades moldam suas personalidades para atender às marcas e produtos e estimularem o desejo do público em consumi-los, Juliette fez o oposto


14 de abril de 2021 - 16h54

Juliette já tem 21 milhões de seguidores no Instagram (crédito: reprodução/instagram)

A arte imita a vida, e a TV a expõe. Um reality que ultrapassa duas décadas de exibição no Brasil, apresenta uma sutil diferença com o filme “O Show de Truman”, de 1998: neste, o protagonista, que não sabe que está em um programa de TV desde o momento em que nasceu, consegue se libertar e, ao abandoná-lo por meio de uma porta, nada mais soube-se de sua vida daquele momento em diante. No BBB, Big Brother Brasil, o espetáculo continua para quem atravessa a porta, seja para um massacre, seja para a coroação.

Em 1989, quase dez anos antes do lançamento do filme, uma menina nascia em Campina Grande, na Paraíba, e mal sabia que seu destino estava traçado para se tornar a grande protagonista de um programa de TV, contrariando todo e qualquer destino de uma criança nascida nas condições de sua região, herdando o que de melhor muitas famílias nordestinas têm a oferecer: caráter, valores e princípios.

Em um país carente de direcionamento político, descrente de seus dirigentes, à deriva de respeito, com fome de educação, dignidade e sustento, a humilhação virou rotina. Mas, como no Mito da Caverna, de Platão, filosofia que serviu de guia para “O Show de Truman”, Juliette traz à luz a dignidade que tantos brasileiros esperam encontrar, a clareza com que gostariam que fossem compreendidos e a potência para se posicionarem independentemente de gênero, classe ou região.

O Brasil está amando Juliette Freire. A paraibana arretada se tornou um fenômeno de posicionamento feminino, amor-próprio, autossuficiência e, acima de tudo, consegue não ceder seu caráter ao prêmio de R$ 1,5 milhão. Em menos de seis minutos, alcançou a marca de um milhão de curtidas em uma de suas postagens e seu perfil já supera 20 milhões de seguidores. E, como no filme, marcas correm atrás da BBB mais amada do Brasil para atrelarem sua imagem a ela. Aliás, estando ainda dentro da casa, os contratos com Juliette são estimados em R$ 4 milhões e até escolas de samba desejam seu nome como enredo para o carnaval de 2022.

Enquanto celebridades moldam suas personalidades para atender às necessidades das marcas e produtos e estimularem o desejo do público em consumi-los, Juliette fez — inconscientemente — o oposto: mostrou quem é, de verdade. E para uma marca ou produto, essa essência, se bem utilizada, valerá mais do que somente tê-la como estrela de uma campanha: Juliette é um merchandising perfeito para quem quer despertar a confiança, transparência, bom gosto e humor.

Digo bom gosto porque a advogada, além de bela, também é maquiadora, e das boas. Por isso, marcas femininas devem estar se estapeando neste momento para terem Juliette como garota-propaganda exclusiva de seus produtos. Inclusive, me arrisco a dizer que os campos de opções que a paraibana pode encontrar são vastos, até mesmo para a área jurídica. Afinal, qual injustiçado não gostaria de ser representado perante a Lei pela dignidade da advogada Juliette Freire?

Por hora, resta-nos continuar assistindo esse Show de Juliette, enquanto sua hombridade ganha destaque na TV de um país que, muitas vezes, é sinônimo de seu oposto.

**Crédito da imagem no topo: Reprodução

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