Um novo normal?

23 de março de 2020 - 10h27

(Crédito: Domin Domin/ iStock)

Quanto tempo vai levar para que nossas vidas voltem ao normal? E, quando passar o estágio crítico da pandemia do novo coronavírus, como nós reagiremos à volta ao trabalho, à escola, às ruas, ao shopping, à praia? Novos hábitos e posturas serão incorporados por parcelas da sociedade? Enfim, não bastassem as preocupações prioritárias com a saúde de cada um de nós, parentes e amigos e a apreensão para que o número de vítimas seja o menor possível, há muitas outras dúvidas sem respostas neste momento. E, enquanto elas não vêm, inúmeras providências precisam ser tomadas pelas famílias, empresas, marcas e governos.

O mercado de comunicação, marketing e mídia entrou nos últimos dias em um inédito modo home office coletivo, que entre várias consequências — muitas ainda imprevisíveis —, impõe novas rotinas de trabalho nas agências, anunciantes e veículos. Situações que até já haviam sido experimentadas esporadicamente se instalaram como modus operandi, como as duplas de criação separadas e apresentadores e comentaristas de TV participando da programação direto de suas casas. Diante de uma situação sem precedentes para o nosso tempo, a indústria do entretenimento vive o maior apagão da história, com produções canceladas, lançamentos adiados, salas de cinema fechadas e novelas interrompidas.

Para navegar nesse mar de incertezas, é preciso pragmatismo e sensibilidade. Segundo essa linha, Meio & Mensagem também aderiu ao nem sempre confortável home office, remarcou todos os eventos previstos para o primeiro semestre e adotou iniciativas para facilitar e ampliar o acesso ao seu conteúdo jornalístico. Foram transferidos para julho o ProXXIma, agora marcado para os dias 7 e 8, no Golden Hall do WTC, em São Paulo; e o Mídia Master Brasil, agendado para 28 e 29, no Royal Palm Plaza, em Campinas. O Wave Festival será realizado nos dias 4 a 6 de agosto, no Grand Hyatt, no Rio de Janeiro. E o Marketing Network Brasil (MNB), nos dias 10 a 13 de setembro, no Hotel Transamérica, na Ilha de Comandatuba, na Bahia.

A ampliação do acesso ao conteúdo inclui a abertura até o final de abril a todo o público, não apenas aos assinantes, do acesso às versões digitais das edições semanais, por meio do aplicativo para tablets iOS e Android, e ao Acervo M&M, site que teve seu lançamento antecipado em versão beta. Na nova plataforma é possível ler não apenas a edição da semana, mas todas as já publicadas desde 1978. São 42 anos de história com os principais registros e personagens da indústria. Aos assinantes, também é dada a opção de remanejamento temporário do endereço para entrega dos exemplares impressos, o que pode ser solicitado pelo telefone (11) 3769-1590.

Com os jornalistas trabalhando remotamente, a redação de Meio & Mensagem precisou rever toda a programação de conteúdos previstos e priorizou o noticiário sobre as consequências para a indústria da crise provocada pela disseminação do novo coronavírus. Na edição impressa desta semana, entrevista com o chief creative officer da DPZ&T, Rafael Urenha, aponta que a comunicação das marcas já está pautada pela cautela, para não incorrer no erro de se desconectar do sentimento dominante da sociedade no momento e parecer leviana diante da crise global. Reportagens analisam o impacto na dinâmica da publicidade no Brasil e em diversos países, as mudanças nos planos de comunicação das marcas, grades de programação das TVs, eventos esportivos e setores cinematográfico, automotivo e de turismo. A reportagem especial do projeto 100 Dias de Inovação, que merece nossa manchete principal, trata da imprevisibilidade das situações definidas como Vuca (volátil, incerto, complexo e ambíguo) e sugere métodos ágeis e reorganização estrutural para as empresas driblarem a ansiedade corporativa, enfrentarem crises como a atual e estarem com processos fortalecidos quando nossas vidas voltarem ao normal — mesmo que seja um novo normal.

*Crédito da foto no topo: Audioundwerbung/ iStock